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Promotoria quer apurar negligência de delegada de Mococa

Delegada não teria mantido preso um foragido da Justiça que, dias depois, participou do assassinato do biólogo Usaldo Mendes Ramos

Por Agencia Estado
Atualização:

Dois promotores criminais de Mococa, na região de Ribeirão Preto, encaminharam nesta quinta-feira, 8, à Corregedoria de Piracicaba, uma representação para que seja apurada uma possível negligência da delegada do município, Magdalena Maria Cossolino Martelo. O fato teria ocorrido em 8 de fevereiro, durante o plantão. A delegada não teria mantido um foragido da Justiça, com duas condenações por roubo, que, dias depois, participou do assassinato, durante uma tentativa de assalto, do biólogo Usaldo Mendes Ramos, pai de Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza (que teria distribuído dinheiro aos parlamentares, no esquema que ficou conhecido como Mensalão). Magdalena não quis se manifestar sobre o assunto à reportagem. Os promotores que assinam a representação são Marcos Tadeu Rioli e Fausto Luciano Panicacci. Eles argumentam que, em 8 de fevereiro, Marcos Aparecido Maciel, de 34 anos, foi detido, como testemunha de um caso de tráfico de drogas, numa residência, pela Polícia Militar. No plantão policial foi descoberto que o nome ao qual havia se identificado, Laércio, era falso. E uma vítima de roubo o reconheceu como autor do crime. Além disso, Maciel era foragido da Penitenciária de Lavínia (SP), condenado por dois roubos, além de ainda responder um processo por homicídio em São Paulo. Ele aproveitou o indulto de Natal e não retornou ao presídio. Maciel não foi recapturado, mas liberado pela delegada. Em 21 de fevereiro, Maciel e Márcio Souza, de 29 anos, foram presos em Monte Santo (MG), após um assalto praticado no distrito de Mococa. Porém, um deles estava com a mão ferida, o que levou a polícia a identificá-los como autores da morte de Ramos, ocorrida na madrugada do mesmo dia. Ramos reagiu à tentativa de assalto, em sua chácara, e foi atingido por dois tiros no abdome. Foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Nada foi levado e um revólver dos bandidos ainda ficou na casa do biólogo. "Por isso questionamos a posição da delegada, que só nos enviou uma resposta sobre a liberação após os dois últimos crimes", disse o promotor Rioli. No seu entendimento, se Maciel estivesse preso, como deveria, a morte de Ramos teria sido evitada. A delegada Magdalena disse desconhecer a representação e que não falaria sobre o assunto.

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