Propostas incham máquina pública com despreparados

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Por Análise: Luiz Alberto Weber
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A massa de ex-servidores que o Congresso quer realojar na administração pública terá o efeito de uma injeção de colesterol ruim.Boa parte dos candidatos ao ingresso pela "janela" é de profissionais desqualificados, desatualizados ou que passaram a última década em aventuras empresariais mal-sucedidas que não guardam nenhuma afinidade com a missão pública.Neste período, o Estado brasileiro engordou, mas, aqui e acolá, ficou mais saudável. Apesar do sobrepeso provocado pela enxurrada de concursos e contratações, os novos servidores possuem um perfil mais técnico. Em contraste, a maior parte dos "pedevistas" era de nível fundamental, segundo informou ao Estado um integrante do Movimento Nacional Unificado pela Readmissão/Reintegração dos Pedevistas (Murp). É o tipo de trabalhador que hoje em dia o governo não contrata, terceiriza.No caso das estatais e das sociedades de economia mista, o choque pode ser maior. Em dez anos, empresas como a Petrobrás ou o Banco do Brasil passaram por transformações tecnológicas importantes. Quem, por exemplo, abriu uma lanchonete nesse período, mesmo que seja engenheiro, terá dificuldades de adequação.A rigor, os projetos apenas servem como um estágio tardio para a aposentadoria. Muitos dos candidatos já são pré-aposentados e têm o interesse de voltar ao serviço público apenas para cumprir um prazo no escritório e obter uma pensão mais camarada.É JORNALISTA DE "O ESTADO DE S. PAULO"

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