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Proteja-se dos males da poluição para o corpo humano

Com a chegada do inverno, os dias em que se vê uma camada cinzenta envolvendo a cidade tendem a se tornar mais freqüentes, com as inversões térmicas

Por Agencia Estado
Atualização:

Com a chegada do inverno, os dias em que se vê uma camada cinzenta envolvendo a cidade tendem a se tornar mais freqüentes, com as inversões térmicas. Veja abaixo algumas explicações sobre os efeitos da poluição sobre o corpo humano. Inverno Nos dias frios, há naturalmente uma baixa umidade do ar, o tempo fica mais seco. Com isso, ocorre uma menor dispersão das partículas e gases. A poluição acaba ficando suspensa por mais tempo, sem se dissipar como acontece quando chove. Doenças respiratórias Quando inaladas, as partículas maiores dos gases poluentes ficam retidas nas vias aéreas superiores. Mas as pequenas entram no organismo e desencadeiam inflamações nos pulmões. Em quem é mais suscetível, pioram as crises de rinite alérgica, asma, faringite e bronquite. Mas, mesmo quem não tem nenhuma doença respiratória, pode começar a desenvolvê-las ao longo do tempo. Defesa do organismo As mesmas partículas de poluição que vão para o pulmão caem na corrente sanguínea e atacam as células de defesa do organismo, aquelas responsáveis por combater vírus e bactérias. Assim, a pessoa fica mais indefesa e aumentam as chances de contrair alguma doença infecciosa. Ataques cardíacos Estudos feitos em São Paulo e em outras grandes cidades do mundo mostram que aumentam os problemas do coração quando os índices de poluentes no ar estão maiores. Isso acontece porque essas partículas que entram na corrente sanguínea são capazes de aumentar a coagulação do sangue e favorecem, em quem já estava com predisposição, a ocorrência de enfartes, arritmias e Angina. Exercícios ao ar livre Nos dias mais poluídos, há uma transformação fotoquímica no ar que faz com que haja mais ozônio na atmosfera, um gás que leva à constrição dos brônquios, dificultando a respiração. Quando uma pessoa faz atividade física, ela aumenta a capacidade de ventilação do pulmão. Assim, inala mais ozônio. Por isso, em dias muito poluídos, a recomendação é fazer exercícios em ambientes fechados. Crianças sofrem mais Uma criança sadia costuma ter de seis a oito infecções respiratórias por ano, o que faz parte do desenvolvimento normal do sistema imunológico, para aprender a responder a essas infecções. Então, justamente por não estar com as defesas do organismo totalmente desenvolvidas, as crianças correm mais riscos de serem afetadas. Banho de sol A única diferença para quem pretende tomar sol é que, com mais camadas de gases na atmosfera, os raios solares acabam sendo "filtrados" e chegam com uma intensidade um pouco menor - o que não dispensa o uso do filtro solar. Lentes de contato Os poluentes irritam os olhos. Eles ficam vermelhos, lacrimejantes ou com secreções. Isso dá uma sensação de cansaço no fim do dia. Nas lentes de contato, essas partículas ficam retidas - o que diminuiu seu tempo de vida útil. É normal também a pessoa que usa lente sentir que a visão fica mais embaçada. Fertilidade Estudos preliminares mostraram que as substâncias presentes na poluição de grandes centros urbanos pode afetar a qualidade dos espermatozóides. Em São Paulo, pesquisa do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP relacionou aumento da poluição ao crescimento da mortalidade de fetos - foi encontrado monóxido de carbono no cordão umbilical dos bebês. Câncer de pulmão Essa é uma questão muito controversa para os próprios cientistas. Apesar de alguns estudos preliminares apontarem possíveis relações entre as duas coisas, a maior causa de câncer de pulmão é mesmo o tabagismo. Fontes: José Eduardo Cançado, pneumologista e pesquisador do Laboratório de Poluição Atmosférica da Universidade de São Paulo (USP); Maria Helena Bussamra, pneumologista pediátrica da diretoria da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia; Noé Luiz Mendes de Marchi, presidente do Departamento de Oftalmologia da Associação Paulista de Medicina; e Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb)

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