PUBLICIDADE

Protesto contra pedágio bloqueia rodovia no PR

Por Agencia Estado
Atualização:

Um protesto contra o pedágio em rodovias paranaenses provocou o bloqueio parcial da BR-376, na praça de pedágio de São Luiz do Purunã, a 50 quilômetros de Curitiba, desde as 7h30 desta segunda-feira. Somente carros pequenos, ônibus e caminhões com cargas vivas e perigosas podiam passar, após enfrentar congestionamento, em alguns momentos, de quase 5 quilômetros. O protesto não tinha terminado até a noite desta segunda, apesar de ordens judiciais de interdito proibitório e de reintegração de posse. Policiais militares e a tropa de choque foram requisitadas para cumprir a decisão judicial. Os manifestantes - políticos e integrantes de cooperativas de caminhoneiros - reclamam de um possível reajuste dos valores do pedágio nos próximos dias e pedem ao governo do Estado a redução em 50% nos valores atuais. "A adesão é total", disse o ex-deputado estadual Acir Mezzadri (PMDB), um dos líderes do movimento. Na metade do dia, ele garantiu que cerca de 6 mil caminhões estavam parados. Em alguns momentos, o bloqueio da rodovia era total, inclusive para os carros pequenos. Segundo Mezzadri, um reajuste que se especula deva ficar em 11% "não tem justificativa". O governo do Estado afirma que ainda estão em estudo a data e o porcentual de aumento do pedágio. "A posição do PMDB é que ou abaixa ou acaba", disse Mezzadri. Durante a campanha, o governador eleito do Paraná, Roberto Requião (PMDB), usou essas mesmas palavras em relação ao pedágio. O presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Paraná (Sindicam), Diumar Bueno, disse que o protesto era um "caso idolado". "É uma coisa política", afirmou. "Nós não temos participação." Segundo ele, o foco de atenção do Sindicam é o vale-pedágio, cuja fiscalização deve começar no dia 15. "Nós não fomos consultados nem avisados sobre essa manifestação", acentuou. O presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Fetranspar), Luiz Anselmo Trombini, também disse não ter sido consultado. Segundo ele, o protesto foi "precipitado" e preocupava a Fetranspar, pois poderia "comprometer" as conquistas que caminhoneiros e transportadores já conseguiram, entre elas o vale-pedágio a ser pago pelos embarcadores. Por volta de meio-dia, o juiz da 1ª Vara Cível de Ponta Grossa, Luiz Henrique Miranda, concedeu liminar à Rodonorte, ordenando que os manifestantes não impedissem ou dificultassem o tráfego de veículos, sob pena de multa de R$ 2 mil por hora de descumprimento. Meia hora depois, ele concedeu reintegração de posse à Rodonorte, visto que muitos caminhões estavam parados na pista, aumentando para R$ 5 mil o valor da multa. "Não é admissível que um detentor de poder tome uma decisão dentro de gabinete com ar refrigerado, sem vir aqui verificar a situação", criticou Mezzadri.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.