PUBLICIDADE

Protesto de sem-teto deixa 6 feridos

Cerca de 250 manifestantes invadiram prefeitura para reivindicar um terreno; 25 foram presos pela Polícia Civil

Por Diego Zanchetta
Atualização:

Um protesto do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), realizado ontem pela manhã na sede da Prefeitura de Mauá, acabou com pancadaria e saldo de 6 feridos e mais de 70 detidos, entre eles 25 manifestantes presos pela Polícia Civil. Por duas horas, houve tumulto durante o confronto entre lideranças do grupo que invadiu o segundo andar da administração e soldados da Guarda Municipal. Os cerca de 250 manifestantes chegaram por volta das 11 horas à prefeitura em dois ônibus e quatro peruas do MTST. Os sem-teto reivindicam um terreno municipal no Jardim Paranavaí, cujo pedido de reintegração de posse foi acatado pela Justiça na semana passada. No terreno, localizado no bairro Jardim Paranavaí, estão assentadas famílias ligadas ao movimento, segundo Vevito da Silva, coordenador do MTST. Logo que desceram dos ônibus, os manifestantes foram ao saguão do Paço Municipal e forçaram a invasão. A vigilância não conseguiu impedir que alguns manifestantes pulassem as catracas do prédio. Em seguida, no primeiro andar, os manifestantes acionaram extintores de incêndio e quebraram vidros, divisórias e computadores. Até o gabinete do prefeito Oswaldo Dias (PT) chegou a ser invadido. Segundo a Assessoria de Imprensa de Mauá, o prejuízo pela depredação chega a R$ 30 mil. O tumulto só foi contido após a chegada de cerca de 20 homens da Guarda Municipal e da Polícia Civil. O delegado José Marcos Monteiro Pimenta, titular do 1º Distrito Policial de Mauá, informou ter autuado em flagrante 25 dos 74 manifestantes detidos durante o confronto. Um dos detidos era foragido, acusado de roubo e porte ilegal de arma. O nome do foragido não foi divulgado. Os feridos foram levados ao Hospital Nardini. Um guarda municipal e dois invasores devem ficar internados pelo menos até hoje, mas não correm risco de morte. Até as 19 horas de ontem, cerca de 60 manifestantes permaneciam em frente à sede do Fórum de Mauá, exigindo a liberação dos detidos. TIROS Em nota oficial, o MTST acusa a Guarda Municipal de ter iniciado o tumulto após disparar dois tiros contra os manifestantes. "Há mais de uma pessoa baleada", informou a nota do movimento, que diz ter feito um protesto pacífico em luta pela moradia. Procurada, a prefeitura de Mauá informou que não houve disparos da Guarda Municipal no confronto e que não havia baleados em hospitais da cidade. Uma das lideranças do protesto, Maria das Dores, de 38 anos, nega violência dos manifestantes. "Não houve depredação", disse. "O prédio ficou destruído por causa das bombas que foram lançadas contra nós. Ninguém forçou a entrada no prédio, queríamos apenas ser recebidos por uma comissão da prefeitura."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.