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PSDB quer TSE no caso do dossiê

Para o PSDB, já existem fatos suficientes para a cassação do registro da candidatura do presidente; o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), defendeu a cassação

Por Agencia Estado
Atualização:

O PSDB ingressa nesta segunda-feira, 18, em Brasília, com representação contra a interferência do governo no processo eleitoral. A ação cita o presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. O pedido é também contra o presidente do PT, Ricardo Berzoini, Valdebran Padilha e Gedimar Passos. Os dois últimos foram presos com R$ 1,75 milhão para suposto pagamento do dossiê Vedoin. "Como tudo está remetido ao ambiente eleitoral, é evidente que a Justiça Eleitoral assuma o caso", defendeu o advogado do partido, Ricardo Penteado, neste domingo à tarde. Para o PSDB, já existem fatos suficientes para a cassação do registro da candidatura do presidente Lula - como determina a Lei das Inelegibilidades (Lei Complementar 64/90). "Qualquer investigação de abuso do poder tende a isso (à cassação do registro da candidatura)", explicou o advogado do PSDB. Na avaliação de tucanos, o governo Lula interferiu diretamente na campanha quando evitou o flagrante da compra de acusações contra o PSDB por petistas em São Paulo. A Polícia Federal, no entendimento de Penteado, transformou o mesmo caso em dois. O primeiro, a prisão de duas pessoas - Valdebran e Gedimar - com volume significativo de dinheiro. O segundo, a apreensão do dossiê Vedoin com o objetivo de mostrar que os candidatos tucanos participaram do esquema dos sanguessugas. Mas só os presos e o material apreendidos em Cuiabá, contra o PSDB, foram expostos. "Não é possível isso. A pergunta que se faz é: quem são Valdebran e Gedimar? A quem estão representando?" questionou o advogado do PSDB. Independentemente da ação do PSDB, a Corregedoria-Geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode assumir a condução do inquérito, já que o processo criminal estaria influenciando na campanha eleitoral. PFL O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), defendeu a cassação do registro da candidatura do PT. "Como sempre o PT vive no submundo do crime, da falcatrua, da chantagem e do uso do dinheiro público", afirmou o senador. "Em duas semanas são dois crimes. Primeiro, o episódio das cartilhas (denúncia do Tribunal de Contas da União de que a Secom imprimiu material para o PT divulgar o governo Lula) e agora essa (de que o partido teria pago pelo dossiê Vedoin para prejudicar as candidaturas do PSDB, sobretudo a de José Serra ao governo paulista). O PT tem de ter o registro cassado", defendeu o pefelista, que integra a coordenação da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência. Neste domingo, o partido também utilizou suas inserções de 30 segundos ao longo da programação para criticar "o uso de baixarias" na campanha eleitoral. Em uma delas, uma locutora dizia: "Você já viu uma crítica construir uma escola? Um xingamento asfaltar uma rua? A gente sabe que não é isso que você quer ouvir, não é mesmo? Por isso, diga não à baixaria." Precedente Há pelo menos um precedente na história recente, registrado em 1989, quando disputavam a eleição presidencial Lula e Fernando Collor de Mello. À época, veio à tona o caso Lubecca. Luiz Eduardo Greenhalgh - na ocasião vice-prefeito de São Paulo e hoje deputado - fora acusado de receber dinheiro clandestino de empreiteiros com interesses na administração municipal petista. Para evitar interferência no processo eleitoral, o TSE requisitou o inquérito. Além do ingresso da ação em Brasília, Penteado adiantou que o presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, deve receber cópia da representação do PSDB. "Vamos aproveitar que o ministro vai estar no Rio para a reinauguração da sala do Supremo e entregar uma cópia da ação pessoalmente."

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