PSOL vai se posicionar em relação ao segundo turno, diz Heloísa

"O PSOL vai ter posição definida para o segundo turno após o resultado da eleição. Mas nossos eleitores são homens e mulheres livres, com liberdade de escolha"

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Por Agencia Estado
Atualização:

Simpática e com ar descontraído, a senadora Heloísa Helena, candidata do PSOL à Presidência da República votou às 9h45 na 185.ª Seção Eleitoral de Maceió. Na entrevista que deu aos jornalistas enquanto aguardava a vez de entrar na sala de votação, no Grupo Escolar Antonio Vasco, bairro Riacho Doce, ela disse que terminava a campanha de cabeça erguida e que sua maior esperança nas eleições deste ano era "não ver a vitória do banditismo político, da roubalheira e da corrupção". Levando no colo a afilhada Clara Ramos, Clarinha, de seis anos, a candidata foi reticente ao falar sobre qual será o comportamento de seu partido no segundo turno. "Por enquanto posso apenas dizer que vamos ter uma posição definida", afirmou. É provável que a definição seja anunciada ainda neste domingo. A senadora deixou claro no decorrer da entrevista, como já tinha feito durante a campanha, que seu maior desejo é a derrota do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem acusa de estar à frente de uma organização criminosa travestida de partido político. Mas, como ela também não mostrou afinidade com Geraldo Alckmin (PSDB) existe a possibilidade de não declarar apoio a nenhum dos dois candidatos, deixando militantes e simpatizantes à vontade para escolher. Heloísa deixou à mostra a possibilidade da opção pela neutralidade quando comentou que "nossos eleitores são homens e mulheres livres, com liberdade de escolha". Indagada sobre uma possível pregação do voto nulo, preferiu não responder. Ao comentar a eleição de Fernando Collor de Mello, do PRTB, para o Senado, como já anunciavam as pesquisas eleitorais da semana passada, a candidata do PSOL disse que os eleitores de Alagoas votaram no ex-presidente sob o efeito da onda de corrupção que teria tomado conta do governo Lula: "Na periferia de Maceió, muitas pessoas me diziam que o Lula roubou mais do que o Collor e continuou no Palácio do Planalto. Talvez o povo de Alagoas tenha feito um protesto." Na periferia de Maceió existiam, de fato, comentários desse tipo, estimulados em grande parte por partidários de Collor. Eles também espalhavam que o ex-presidente, deposto do cargo em 1992, sob acusações de corrupção, apoiava Lula - líder nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência no Estado. Heloísa chamou de "frescura", no entanto, o fato de a mídia dar a impressão de que as velhas oligarquias políticas só agem em Alagoas: "Vamos acabar com essa frescura, desculpem a expressão, de querer atribuir todas as desgraças ao povo de Alagoas. Vários Estados brasileiros estão votando em muita gente acusada de corrupção. Vamos fazer o levantamento de todos os Estados, para saber de mensaleiros, sanguessugas, velhos oligarcas comprometidos com o quê de podre que existe espalhado pelo Brasil." Visitas A senadora chegou às 7h30 chegou ao bairro de Riacho Doce, lugar onde morou quando era casada com Stanley Carvalho, pai de seus filhos Ian e Sacha. Mas ela não foi diretamente para a longa fila de eleitores que àquela hora já estava formada diante do grupo escolar. Passou antes pela casa de uma antiga amiga, no outro lado da rua. Enquanto conversava, dois primos dela entraram para fila para guardar lugar e a chamaram pelo celular quando já estavam na porta da sala de votação. Depois de votar e exibir o "v" de vitória para fotógrafos e cinegrafistas, Heloísa embarcou com os dois filhos e um amigo num Ford Fiesta e saiu dirigindo na direção de Palmeira dos Índios, a 130 quilômetros de Maceió. Explicou que ia levar Ian, de 20 anos, para votar. Também pretendia descansar e rever parentes na cidade onde ela passou parte da infância e a adolescência. Este texto foi alterado para acréscimo de informações às 15h55.

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