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PT pede a delegado que DHPP apure morte de Toninho

Por Agencia Estado
Atualização:

Políticos do PT pediram ao delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Marco Antônio Desgualdo, que o comando do inquérito da morte do ex-prefeito de Campinas, no interior do Estado, Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, seja entregue à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da capital paulista, que dirige também a investigação sobre a morte do prefeito de Santo André, no Grande ABC (SP), Celso Daniel (PT). Desgualdo ficou de analisar o pedido, mas, até hoje, não havia se manifestado. A assessoria de imprensa da Polícia Civil paulista foi procurada pela reportagem, mas não se pronunciou. Segundo o deputado estadual Renato Simões (PT), que encaminhou o pedido a Desgualdo na segunda-feira, a concentração dos dois casos sob o mesmo comando deverá facilitar a troca de informações. "A lógica que prevaleceu em Campinas, de manter as investigações sob o comando da polícia local, foi política. No caso do Daniel, as decisões estão sendo tomadas mais rapidamente", apontou Simões. O advogado criminalista Ralph Tórtiam Stettinger, que também participou da reunião na segunda-feira, em São Paulo, acrescentou que o DHPP tem melhores condições técnicas de comandar as investigações dos assassinatos dos prefeitos. Simões lembrou que Desgualdo não se comprometeu a afastar a Polícia de Campinas do comando das investigações sobre a morte de Toninho. Crime político A hipótese de crime político sempre foi defendida pelos companheiros de partido de Toninho. "A PF tem condições de executar medidas como quebrar sigilo bancário e estabelecer conexões com o crime organizado", alegou Simões. Apesar de ter pedido que as duas investigações ocorram sob o mesmo comando, o deputado disse que, hoje, há pouca coisa ligando os dois crimes. "Eram ambos prefeitos do PT, jovens, em ascensão, à frente de cidades de grande visibilidade", comparou Simões. Ele defendeu a investigação sobre crime político nos dois casos, ainda que tenha admitido outras possibilidades. Stettinger apontou que é possível permanecer alheio ao fato de a suposta organização intitulada Frente de Ação Revolucionária Brasileira (Farb) ter assumido o crime contra Toninho e ameaçado cometer outros. O deputado federal Luciano Zica (PT-SP) contou que havia recebido uma carta da organização, mas a ignorou. Depois da morte de Daniel, Luciano Zica registrou ocorrência nas Polícias Civil e Federal notificando o recebimento. "Com a morte de Daniel, a tese de crime político ganhou força", repetiu o discurso do PT. A polícia de Campinas informou hoje que não havia sido notificada sobre o pedido dos petistas. O inquérito da morte de Toninho é presidido pelo delegado de homicídios José Roberto Micherino de Andrade e supervisionado pelo delegado-seccional Osmar Porcelli. O delegado do DHPP deslocado para auxiliar as investigações em Campinas, Luiz Fernando Teixeira Lopes, não foi encontrado hoje pela reportagem.

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