PT pode ter de abrir espaço para maior participação do PSB

Dentro da coligação que elegeu Dilma, socialistas cresceram na Câmara e no Senado e dobraram o número de governadores

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Por Redação
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Se a presidente eleita também recorrer à matemática e definir o recente desempenho de cada partido aliado nas urnas como critério para preenchimento dos cargos no governo, o PT encolherá na Esplanada.Mesmo tendo passado à condição de maior bancada na Câmara dos Deputados - e apesar de aumentar o número de senadores e governadores - ainda assim o partido pode encolher. Os dez partidos da coligação que garantiu a vitória de Dilma Rousseff elegeram 309 deputados, 50 senadores e 16 governadores. O cacife de cada um na formação do governo varia de acordo com a fatia nesse bolo. O PMDB diminuiu seu número de deputados e de governadores, mas cresceu no Senado e tem cacife para pelo menos manter a atual representação na Esplanada. No conjunto, ainda está à frente dos demais partidos da coligação em número de votos no Congresso e de governadores, tudo somado. E, se prevalecer a matemática da representação política, o PT terá de abrir espaço para uma maior participação do PSB, que ganhou mais deputados e senadores, além de dobrar o número de governadores. Os líderes do PSB, contudo, evitam demonstrar apetite por cargos. Eduardo Campos, governador reeleito de Pernambuco e presidente do partido, diz que "o interesse do PSB é ajudar Dilma".Com a terceira maior bancada aliada na Câmara e no Senado, o PR, que detém hoje o super cobiçado Ministério dos Transportes, tem respaldo matemático para buscar manter o posto. Composição. Embora não tenha anunciado o critério para o preenchimento das vagas, Dilma não poderá se limitar aos partidos que aderiram formalmente à sua chapa nas eleições. O PP, por exemplo, que não integrou a coligação, detém atualmente a mais disputada das vagas na Esplanada, o Ministério das Cidades, e deverá compor com o novo governo. Com os votos do PP, a bancada pró-Dilma no Congresso iria a 351 deputados e 59 senadores. Se o PV manterá presença no ministério - depois de a candidata derrotada Marina Silva ter declarado posição de independência do partido em relação ao novo governo - ainda não se sabe. Estatais. A complicada composição do novo governo não se esgotará na indicação dos ministros e comandantes das empresas estatais. Há quase 22 mil cargos de confiança nos ministérios a serem preenchidos, com salários que variam atualmente de R$ 10,6 mil a R$ 21,2 mil.

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