PT rechaça vínculo entre caso Olivetto e Diniz

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Por Agencia Estado
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A hipótese de que a quadrilha que seqüestrou o publicitário Washington Olivetto tenha alguma ligação com os seqüestradores do empresário Abílio Diniz e que a motivação do crime foi política, com o objetivo de financiar forças guerrilheiras colombianas, está sendo rechaçada por integrantes do PT que participam da segunda edição do Fórum Social Mundial. A maioria garantiu que não iria comentar o assunto, alegando que não há fatos concretos e que o comentário feito em cima de especulações pode dar uma dimensão maior a um fato não comprovado. Apesar da cautela adotada em torno do assunto, em razão do fato de integrantes do PT terem apoiado o tratado que extraditou os seqüestradores estrangeiros de Abílio Diniz, o prefeito de Guarulhos, Elói Pietá (PT), disse que o seu partido jamais defendeu guerrilheiros ou grupos armados e que sempre refutou qualquer tipo de violência. "Quero lembrar que não é comum na história do mundo vermos grupos de extrema-esquerda sendo financiados pela direita. E não é improvável que grupos como esse tenham as mesmas fontes de recursos de uma CIA (central de inteligência dos EUA)," reiterou. PT não teme que discussão sobre seqüestros seja usada em campanha O prefeito de Guarulhos não descarta que essa hipótese levantada a respeito dos seqüestradores de Olivetto possa ser utilizada como "arma" na campanha eleitoral deste ano. Porém, ele garante que o assunto não deverá preocupar as lideranças do partido, porque o PT já nasceu repudiando a violência, seja de ações da esquerda ou da direita. "Defendemos a paz e a democracia e a população sabe disso." Na opinião do secretário de Relações Internacionais da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e um dos organizadores da segundo edição do Fórum Social Mundial, Kjeld Jacobsen, "esse tipo de insinuação acaba desviando o foco para o problema maior, que é a ineficiente política de segurança pública". Ele acredita que tanto os seqüestradores de Diniz, quanto os de Olivetto, queriam mesmo era resolver seus próprios problemas pessoais e não algum ideal esquerdista. "A luta armada na América Latina já acabou e eu considero muito conveniente para o governo que algum evento dessa natureza seja utilizado para acusar a oposição. Não devemos esquecer que a responsabilidade pela segurança é de quem está no governo. Este é o grande calcanhar de aquiles. O resto é pura especulação", garantiu.

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