PT vai propor CPI do Lixo

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Por Agencia Estado
Atualização:

Numa mudança de estratégia, o PT vai propor a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os contratos do lixo em São Paulo. Até esta segunda-feira, o governo municipal era contrário à iniciativa, lançada pela oposição. Mas essa atitude vinha sendo usada para desgastar a gestão Marta Suplicy (PT). O recuo, que os petistas preferem chamar de "amadurecimento de posição", foi decidido em reunião entre líderes do partido na Prefeitura. Nesta terça-feira, a bancada do PT na Câmara reúne-se para fechar questão sobre a aprovação da CPI do Lixo proposta pela vereadora Aldaíza Sposati (PT), que deve investigar contratos desde 1988 - a oposição queria investigar apenas contratos firmados por Marta em janeiro, referentes à limpeza complementar. A abertura da CPI, no entanto, só poderá acontecer daqui a um mês, quando pelo menos uma das cinco comissões em andamento na Casa estará concluída - o regimento interno da Câmara não permite trabalhos de mais de cinco CPIs simultaneamente. O primeiro passo para concretizar o plano petista foi dado nesta segunda mesmo. Em nota oficial, Marta ressaltou que cabe à Câmara decidir sobre a "conveniência e oportunidade da chamada CPI do Lixo". Em nota divulgada em março, a prefeita ressaltava que não havia "fatos concretos" que justificassem a análise. Ao assumir, a prefeita fechou contratos de emergência para realização de serviços complementares de limpeza. Dezesseis empresas foram escolhidas. Uma delas, a Construrban, é de propriedade de um ex-militante do PT. Outra, a Tercopav, foi constituída um mês antes da contratação. Para vereadores da oposição, isso tornou os contratos suspeitos. Os serviços dessas empresas acabam quarta-feira, pois foram fechados novos contratos, com seis grandes empresas que farão coleta de lixo, varrição e limpeza complementar. Marta vai mandar nesta terça-feira um ofício ao Ministério Público Estadual (MPE), pedindo rapidez nas investigações sobre os contratos firmados com as 16 empresas. A CPI que o PT pretende propor também investigará esses acordos. O senador Eduardo Suplicy (PT), que defendia a CPI do Lixo antes mesmo de o partido decidir sobre o assunto, reiterou nesta segunda-feira sua posição. "Não seria necessário se opor à CPI porque os fatos demonstram que a prefeita agiu com correção. Se houver falhas, terão de ser corrigidas." O deputado José Dirceu criticou o senador. "Isso é falta de solidariedade com a prefeita, com o partido e com os vereadores", disse. "O mínimo que ele deveria ter feito é discutido antes de falar."

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