PUBLICIDADE

Quarta-feira de carnaval em Olinda

Por Agencia Estado
Atualização:

Há muito tempo a quarta-feira de cinzas virou quarta-feira de carnaval em Olinda. Tudo começou há 42 anos, quando o garçom Isaías Pereira da Silva, o Batata, folião convicto, colocou na rua o ?Bacalhau do Batata?, para aproveitar a festa que havia passado trabalhando. O sucesso da troça foi imediato e mesmo depois da sua morte os amigos mantiveram a agremiação, que arrasta uma multidão pelas ladeiras da cidade, saindo às 10 horas do Alto da Sé. O Bacalhau, que no seu estandarte traz os ingredientes de uma bacalhoada, inspirou o surgimento de outras agremiações e atualmente pelo menos 21 troças, ursos e blocos esticam o carnaval pela quarta-feira na cidade. O Munguzá de Zuza e Taís é o primeiro a ganhar as ruas, por volta das sete horas, mas somente depois de oferecer a iguaria ? feita com milho, leite de côco e açúcar ? para reanimar os foliões. À tarde a festa fica por conta do Urso Maluco Beleza, criado pelo cantor e compositor Alceu Valença. O último a arrastar os foliões mais resistentes seria o Bloco Afro Ganga Zumba, com saída prevista para as 19 horas, no bairro de Rio Doce, um pouco distante do foco da folia que se concentra na cidade alta, parte histórica de Olinda. No Recife, o carnaval foi encerrado na madrugada de hoje com show de Antonio Nóbrega, que comandou, na Praça do Marco Zero, no Recife Antigo, a apresentação de diferentes agremiações que fazem a diversidade de ritmos do carnaval pernambucano ? de maracatus a caboclinhos, de bois a blocos líricos de frevo. Entre as novidades que surgem a cada ano, fruto da criatividade e gosto do pernambucano pelo carnaval, uma nova agremiação ? informal, irreverente e independente, como convém a esta festa popular ? estreou na noite de anteontem, o Clube Carnavalesco Cinza das Horas. Muitos de seus integrantes vestiam preto ou roxo e alguns levavam velas que foram acesas à meia-noite, quando o grupo, acompanhado de orquestra, foi até uma das pontes que cortam o rio Capibaribe, no Recife Antigo, e distribuiu cinzas que foram jogadas no rio pelos foliões, num ritual de despedida e de renovação.Depois, o frevo continuou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.