Quase metade das câmeras da CET continua inoperante

Vencedora da licitação teve problemas e atrasou o cronograma de funcionamento dos aparelhos

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Por Eduardo Reina , Naiana Oscar e Renato Machado
Atualização:

Onze meses após o lançamento de um programa para revitalizar as câmeras de monitoramento de trânsito, a capital continua com quase metade desses equipamentos fora de operação. Levantamento obtido pelo Estado mostra que 125 (42%) de um total de 294 não funcionam e outras 8 (3%) têm uso parcial. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) afirma que a empresa vencedora da licitação para efetuar os trabalhos enfrentou problemas e atrasou o cronograma. Por isso, o prazo foi prorrogado. Em julho de 2008, a Secretaria Municipal dos Transportes concluiu uma licitação para revitalizar 90% das câmeras ao custo de R$ 9,8 milhões. O edital afirmava que 254 dos equipamentos tinham elementos "defeituosos e ausentes". A vencedora do processo, a Petcom Peltier, teria nove meses para concluir os serviços e outros 24 para fazer a manutenção do sistema. O prazo venceu em abril. Segundo a CET, o serviço não pôde ser concluído porque parte do material necessário à revitalização é importada e "deveria ter chegado ao Brasil até janeiro". A CET não informou se os equipamentos já chegaram. As chuvas também teriam prejudicado o trabalho de campo. Na sexta-feira passada, a Prefeitura publicou no Diário Oficial da Cidade a prorrogação do prazo. Agora, a empresa tem até outubro para concluir a revitalização e um ano de contrato para manutenção do sistema. O serviço de revitalização prevê a recuperação de câmeras quebradas, a digitalização das imagens e a expansão da rede de fibra ótica. O sistema de circuito fechado de TV da CET funciona em dois locais: nas Centrais de Trânsito em Área, onde é feito o monitoramento dos semáforos, e nas Centrais de Operação de Túneis. O ex-funcionário da CET e consultor de trânsito formado na Universidade Berlim Alexandre Winkel diz que os aparelhos ajudam o operador a detectar a origem do problema e definir a melhor solução. "O sistema é tão barato hoje que é inadmissível São Paulo estar defasada." A Petcom Peltier afirma que recuperou a rede de fibra ótica - que transmite as imagens para as centrais - e mais da metade das câmeras. Atualmente há 161 funcionando. A empresa diz que a prorrogação foi necessária pois faltaram equipamentos. "A consultoria contratada pela Prefeitura fez uma análise entre 2004 e 2005. Nós vencemos a licitação em 2008 e o quadro estava mais defasado", diz o diretor da empresa, Mário Moreira. A maioria das câmeras fora de operação faz parte do Departamento de Controle Semafórico (DCS). Elas são colocadas em locais que permitem a maior visualização das vias. Quando há problemas em semáforos, por exemplo, os operadores conseguem detectar por meio das imagens e realizam intervenções. Dos 190 aparelhos com essa função, 110 não funcionam. O restante está colocado nos túneis. Desses, 15 não funcionam, sendo 10 no Túnel Maria Maluf. NÚMEROS 42% das 294 câmeras não funcionam 3% têm eficácia parcial 1 mil câmeras seriam necessárias para monitorar o trânsito 110 das 190 câmeras que deveriam controlar os semáforos estão fora de operação

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