Quatro jovens morrem atropelados por trem em Brotas

Polícia investiga se o grupo dormia nos trilhos, pois havia resquícios de fogueira

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Os irmãos Clenildo Rogério Primo e Odair Sérgio Primo, de 19 e 17 anos, e outros dois jovens ainda não identificados morreram na madrugada deste domingo após serem atropelados por um trem na cidade de Brotas, no interior de São Paulo. O maquinista Luiz Carlos Serra, de 42 anos, disse à polícia que avistou as vítimas deitadas sobre os trilhos, buzinou, deu sinal de luz e acionou os freios, mas não conseguiu parar a composição. O trem, que trafegava com 50 vagões vazios, pertence à América Latina Logística (ALL) e fazia o trajeto de Jundiaí a Pederneiras, na região de Bauru. A polícia científica de Rio Claro levou os corpos ao IML daquela cidade. Os dois irmãos moravam na cidade de São Carlos. Suspeita-se que os jovens estivessem dormindo sobre a linha, pois foram encontrados vestígios de uma fogueira no local. O tráfego na via férrea ficou suspenso até o início da tarde, quando terminou a perícia e os corpos foram removidos. O local do acidente fica próximo à entrada da Fazenda Lagoa, entre Brotas e Itirapina, e nas proximidades da rodovia SP-225. O inquérito, aberto na Delegacia de Policia de Brotas, deverá apurar em que condições os jovens morreram e o que faziam ali durante a madrugada. A região de Brotas - a 235 quilômetros da capital - é bastante visitada por praticantes de esportes radicais, facilitados pela presença de montanhas, rios e cachoeiras. A polícia, no entanto, não encontrou junto aos corpos nada que pudesse identificá-los como esportistas. A linha férrea onde aconteceu o acidente tem pouca movimentação de trens. Desde a extinção dos trens de passageiros, há alguns anos, passam apenas algumas composições de carga. Essa baixa movimentação leva as pessoas que transitam próximas à linha a desconsiderarem o perigo de acidentes. Segundo a ALL, a empresa vem desenvolvendo campanhas de reeducação nos municípios onde passou a operar os trens antes pertencentes às antigas Fepasa e Rede Ferroviária Federal. A composição envolvida no acidente costuma carregar grãos trazidos pela Hidrovia Tietê-Paraná até o terminal intermodal de Pederneiras, levando a carga para as moageiras nacionais ou para serem exportadas via porto de Santos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.