Quatro são indiciados por crime de ódio e divulgação de nazismo em Minas

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Por Eduardo Kattah e BELO HORIZONTE
Atualização:

A Polícia Federal deflagrou ontem uma operação em Belo Horizonte e Região Metropolitana para desmantelar o que classificou como uma "célula" do movimento neonazista brasileiro. Agentes federais cumpriram na capital e em Contagem quatro mandados de busca e apreensão e recolheram material com conteúdo racista e nazista. Quatro jovens foram indiciados por prática de crime de ódio e divulgação de conteúdo racista e neonazista pela internet. Seus nomes não foram divulgados. A pena pode chegar a 5 anos de prisão e multa. A PF vinculou o grupo à organização paranaense desarticulada recentemente pela polícia e que defendia o surgimento de uma nação amparada em preceitos do nazismo. Os suspeitos mineiros, segundo a PF, possuem ligação entre si e mantinham uma comunidade no Orkut. Por meio da página, de acordo com o delegado Marinho da Silva Rezende, os jovens pregavam a "supremacia branca" e difundiam mensagens preconceituosas e ofensivas contra negros e judeus. A PF instaurou um inquérito há cerca de seis meses, após receber denúncias. A 9ª Vara Federal em Belo Horizonte concedeu a quebra de sigilo da comunidade virtual - que já tinha mais de 2 mil acessos. "Conseguimos rastreá-los e verificamos ampla ligação com aquele crime do Paraná", disse o delegado, se referindo ao assassinato, durante festa em comemoração ao aniversário de Adolf Hitler, de Bernardo Dayrell Pedroso, de 24 anos, e de Renata Waeschter Ferreira, de 21, no dia 21 de abril, em Quatro Barras. Na casa dos suspeitos, a PF apreendeu o HD de cinco computadores, revistas, livros, textos, CDs de música e material de divulgação neonazista. Após o depoimento na PF e o indiciamento, os suspeitos foram liberados.

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