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''Que credibilidade tem um lugar como esse?''

Empresa é alvo de reclamações

Por Vitor Hugo Brandalise e SÃO PAULO
Atualização:

Entre os turistas que desembarcaram no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na manhã de ontem, a reclamação era geral: falavam de omissão de informações por parte dos funcionários da Aerolíneas Argentinas, de cancelamentos, remanejamentos e atrasos nos vôos, das estadas relâmpago em hotéis distantes, de crianças, idosos e deficientes esperando por horas no saguão do aeroporto. "Depois disso tudo, Argentina nas férias, nem pensar", resumiu o engenheiro Norberto Schneider, passageiro que se considera "sortudo" - sofreu atraso de apenas três horas na conexão Buenos Aires-São Paulo. Mesmo os mais prevenidos passaram por apuros. Na sexta-feira, o empresário Junior Vieira, de 33 anos, sabendo da situação, ligou para a Aerolíneas. Seu vôo, de Bariloche para Buenos Aires, estava marcado para anteontem de manhã - ouviu, porém, de um mal-humorado atendente, que deveria ir "imediatamente" para o aeroporto, pois o vôo, adiantado, sairia em duas horas. "Saímos correndo. Disseram que seria a única maneira de conseguir sair de Buenos Aires no horário marcado", disse Vieira, que viajou com a mulher, a engenheira química Angelita Faustino, para passar 13 dias em Bariloche. Chegando a Buenos Aires, por volta de 1 hora de anteontem, nova surpresa: seu vôo, remarcado para as 4 horas, só sairia às 15 horas. "Fomos para o hotel, fazer o quê? Mas o pior veio depois", contou Angelita. Quando retornaram a Ezeiza, seu vôo havia sido remarcado de novo, para as 6h50 de domingo. "Perdemos um dia de férias. Que credibilidade tem um lugar como esse?", revolta-se Angelita. O casal veio no vôo 1242 da Aerolíneas, que, enfim, deixou a capital argentina - não sem sofrer um último atraso, de 2 horas e 45 minutos - às 9h35. Pior mesmo, segundo os turistas, era a situação de quem seguia esperando em Buenos Aires. "Vi crianças dormindo no chão, uma senhora em cadeira de rodas chorando, esperando por horas, gente revoltada chutando o guichê da companhia", contou o engenheiro civil Bruno Zanchet, de 26 anos, que chegou no vôo 1242. Quando foi perguntar a um funcionário da Aerolíneas o motivo dos atrasos, ouviu que "não havia tripulação suficiente". Em relação aos vôos que partiram de São Paulo para Buenos Aires, ao menos dois sofreram atrasos - ambos, de uma hora.

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