Pelo segundo dia consecutivo, os usuários da rede de trolebus enfrentaram problemas na capital paulista. Devido à queda de energia, no período da tarde, os ônibus foram impedidos de circular em vários pontos da cidade, inclusive trechos movimentados, como as avenidas Brigadeiro Faria Lima, Europa e Nove de Julho, na zona Sul. Para prosseguir a viagem os veículos tinham que ser empurrados ou até guinchados, como ocorreu na Ponte do Socorro, que corta a marginal do Pinheiros. Mas, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego(CET) ,o índice de congestionamentos para o horário foi considerado normal, em torno de 61 quilômetros, às 16h30. Segundo a SPTtrans, os problemas foram motivados pelo forte calor, que afetou os tirantes da rede de trolebus. Porém a Eletropaulo, que responde pela manutenção da rede, não confirmou a informação. De acordo com a assessoria da empresa, 29 trechos foram afetados, um volume considerado pouco acima da média, embora não tenha revelado qual é essa média. Já o Sindicato dos Eletricitários, que reúne funcionários da Eletropaulo, afirma que a pane foi realmente ocasionada pelo calor, que provoca a dilatação dos tirantes que sustentam a rede de trolebus, inviabilizando a transmissão de energia. Segundo o diretor do Sindicato, Levi da Hora, as variações de temperatura afetam o sistema trolebus, exigindo a adaptação dos tirantes. "No calor eles precisam ser tracionados, caso contrário os fios ficam frouxos. Já no inverno ocorre o contrário", disse. Da Hora atribuiu os problemas desta quinta-feira à falta de manutenção, decorrência da redução do quadro de funcionários. "Há 2 anos eram 200 pessoas cuidando da rede de trolebus. Hoje são apenas 87 funcionários. Na cidade existem aproximadamente 500 "ônibus elétricos", numa frota total de 10 mil veículos.