Queima da espuma liberou gás que causou tragédia na boate Kiss, diz laudo

Incêndio em casa noturna no Rio Grande do Sul causou a morte de 241 pessoas

PUBLICIDADE

Por Elder Ogliari
Atualização:

PORTO ALEGRE - A queima da espuma de isolamento acústico que revestia o teto da boate Kiss liberou o monóxido de carbono, dióxido de carbono e gás cianídrico (cianeto) que mataram 241 frequentadores da casa noturna de Santa Maria. A conclusão é do Instituto Geral de Perícias, que enviou o laudo aos delegados responsáveis pela investigação da tragédia nesta terça-feira, 19. O resultado coincide com análises técnicas anteriores, feitas no corpo das vítimas, que mostraram a inalação de cianeto como principal causa dos óbitos.

A tragédia ocorreu durante um show musical e pirotécnico da banda Gurizada Fandangueira, que animava a festa estudantil na boate. A fagulha de um artefato chegou à espuma e o fogo espalhou-se rapidamente, gerando a fumaça escura que sufocou os frequentadores. O extintor de incêndio não funcionou e a casa não tinha uma via alternativa de saída. Cerca de mil pessoas estavam na casa e tentaram escapar pela porta que servia à entrada e saída. Muitas não conseguiram. Além das 234 que morreram no mesmo dia, outras sete foram a óbito posteriormente, em hospitais. Dois integrantes da banda e dois sócios da Kiss está presos preventivamente. A Polícia Civil espera encerrar o inquérito até sexta-feira.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.