Quem chegava de Paris se surpreendia

Empresa decidiu não contar nada a passageiros de voo para Cumbica

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Por Mônica Cardoso
Atualização:

Quem veio da França para São Paulo pela Air France ontem não sabia do acidente com o Airbus A330. A empresa optou por não informar os passageiros do voo 474, que saiu de Paris às 10 horas e chegou ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, por volta das 18 horas. "A tripulação não disse nada", contou o pianista francês Alexander Tharaud, de 40 anos, que veio ao Brasil pela primeira vez para tocar com a Orquestra Sinfônica de São Paulo. O jogador Marcelo Matos, de 25 anos, que já atuou no Corinthians e hoje é contratado do Panathinaikos (Grécia), confirmou que só ao chegar a São Paulo soube da tragédia. Ele mora em Atenas e fez conexão em Paris. "Na França, o aeroporto estava tranquilo", disse. Os passageiros que viajariam para a França ontem pareciam assustados em Cumbica. "Fui acordada com a notícia. É claro que te faz pensar na possibilidade de acidente", afirmou a psicóloga Marli da Silva, de 61 anos. Ela explicou que só não desistiu pois estava planejando o passeio há muito tempo. O francês Geoffrey Fouard, de 24 anos, já convive com o medo de voar há anos, agravado desde que começou a namorar uma brasileira. "Sempre viajo pela Air France. Estou realmente com medo." Além do receio de voar, a professora de Direito Ana Paula Marinho, de 30 anos, temia encontrar o nome de um amigo entre os desaparecidos. "Um grupo de pesquisadores franceses e brasileiros veio participar de um congresso. Uma universidade que financiou a passagem do meu colega confirmou que fez o check-in no voo. Estou atrás de informações."

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