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Quércia diz que ligar PT ao PCC é "ilação forçada"

O candidato disse que não pretende proteger o PT, mas não acredita na ligação proposta pelos integrantes tucanos e pefelistas

Por Agencia Estado
Atualização:

O candidato do PMDB ao governo de São Paulo, Orestes Quércia, esteve em Ribeirão Preto nesta sexta-feira e considerou uma "ilação forçada" a menção do adversário José Serra (PSDB) e de integrantes do PFL de que o PT tem ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que tem realizado ataques em todo o Estado. "Acho uma ilação forçada", afirmou Quércia. "Não tenho nenhuma vontade de proteger o PT, mas o que é certo, é certo, e não acredito que haja essa relação levantada por alguém do PFL e endossada pelo candidato Serra", emendou ele, garantindo que está contra o PT no pleito. Em relação à segurança pública, Quércia reafirmou que defende a extinção da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), pois entende que a pasta está com comando dividido com a Secretaria de Segurança Pública. "Minha proposta é acabar com ela (SAP) e colocar um departamento ou superintendência, pois é como uma empresa, que não pode dividir o comando, tem que ter unidade", explicou o candidato do PMDB. "Misturou as duas secretarias e deu no que deu." Para Quércia, os diretores de presídios também têm que ser profissionais, de carreira, não indicações políticas, algo "episódico". "Foram muitos erros ao longo dos últimos anos que fizeram que se atingisse esse estado calamitoso de insegurança de todo mundo", comentou. Quércia disse ainda que os direitos dos presos devem ser respeitados, já que estão pagando suas dívidas com o Estado pelos crimes cometidos, mas que o governo não pode enfrentar o atual problema com a falta de comando ou o comando dividido, tanto entre as secretarias quanto com os bandidos tentando controlar a situação de dentro dos presídios. Ele acrescentou que, como governador (1987-1990), investiu em modernização das polícias e nas construções de 22 presídios, e que despachava pessoalmente com as forças de segurança pública. "Vou cuidar da segurança, mas não tenho ainda um nome", disse. Independente Sobre a sua disputa com o tucano José Serra e o petista Aloizio Mercadante, Quércia disse que é um candidato independente e que São Paulo precisa disso. Por isso, reafirmou que não apóia Luiz Inácio Lula da Silva ou Geraldo Alckmin para presidente, e nem cogita se apoiará alguém num eventual segundo turno. "Vou pensar, pois se eu for para o segundo turno com o Mercadante em São Paulo? Ou com o Serra? São duas alternativas...", argumentou. Ao ser indagado que Lula ainda espera o seu apoio, Quércia foi enfático: "Deixa ele ficar esperando". Na disputa presidencial, o duelo entre Lula e Alckmin também foi comentado pelo peemedebista, que acredita num segundo turno. "Essa situação da segurança em São Paulo tende a afetar muito o Alckmin, mas não sei se será o suficiente para evitar a subida dele, embora o Lula tenha a expectativa de que não terá segundo turno". A recente declaração de Cláudio Lembo (PFL), de que "só malandro quer ser governador", foi encarada com um certo humor por Quércia. "Com certeza ele não pensa isso; o conheço, é meu amigo e já passei por isso, ou seja, quando se fala uma brincadeira a um jornalista e aí, de repente, a coisa se consagra", disse Quércia. Quércia almoçou com apoiadores em Jardinópolis e ainda receberá o título de cidadão de Barrinha. À noite, receberá o título de cidadão ribeirão-pretano.

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