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Radar ''espião'' vai ajudar PM a combater crimes

Em SP, será permitido localizar carros roubados ou com seqüestrados; em Curitiba, sistema semelhante já envia dados a laptop de policiais

Por e Evandro Fadel
Atualização:

Mais do que fiscalizar os motoristas infratores, parte dos novos radares funcionará também como "espiã" da frota paulistana. Dos 123 equipamentos previstos para serem instalados em São Paulo até março do próximo ano, 77 poderão ser usados no que a Prefeitura batizou de blitz eletrônica. Ao "ler" as placas dos veículos, o dispositivo terá condições de enviar um alerta automático para a Polícia Militar informando, por exemplo, por quais ruas e avenidas passou um carro com queixa de roubo ou com uma vítima de seqüestro relâmpago. A blitz eletrônica prevista na licitação tem duas vertentes. A primeira, já utilizada em algumas estradas, tem o objetivo de verificar se os veículos estão com o licenciamento e o IPVA em dia. Conforme o edital, as empresas vencedoras deverão se aparelhar para fazer pelo menos uma blitz por mês em cada uma das quatro regiões da cidade - norte, sul, leste, oeste e no anel viário formado pelas Marginais do Tietê e do Pinheiros e a Avenida dos Bandeirantes. Elas terão duração média de quatro horas e serão acompanhadas por homens da PM. O segundo método de fiscalização é todo digital. Sempre que identificar uma placa sob suspeita - seja de inadimplência de impostos ou roubo -, o sistema enviará um alerta por e-mail ao Centro de Processamento de Imagem da empresa, que rebaterá a informação para a polícia. Pela placa, também será possível pesquisar o itinerário do veículo num banco de dados. "O convênio assinado em 2006 com a Prefeitura já previa essa funcionalidade e agora conseguiremos concretizar", disse o major Ricardo Fernandes de Barros, comandante do 34º Batalhão da PM, especializado em trânsito. "Já estamos nos preparando para operar esse novo serviço", garantiu. Um sistema similar está em operação em Curitiba há três anos. Recentemente, a polícia da capital paranaense começou a testar uma nova geração de radares "espiões". Em vez de fornecer dados para a central, o alerta vai para laptops instalados em viaturas. O computador faz os cálculos e dá ao policial a provável localização do veículo. Hoje, dos dez radares fixos em funcionamento em São Paulo oito têm LAPs, cuja única função é vigiar o cumprimento do rodízio. Antes da adoção do sistema, quando apenas os agentes de trânsito fiscalizavam o rodízio, o abuso de velocidade liderava o ranking de multas. Com os LAPs, o desrespeito à restrição passou a ocupar a primeira posição da lista, respondendo em 2007 por 33% do total de multas aplicadas.

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