
28 de dezembro de 2010 | 00h00
Caso o INPC encerre o ano em 6,5%, o mínimo terá uma perda de 0,6% em relação à inflação - o pior resultado em 15 anos, segundo levantamento da consultoria LCA. Em 1997, o piso salarial teve aumento real (acima da inflação) de apenas 0,2%. Outro ano de cofres fechados foi 2003, o primeiro da era Lula: aumento real de apenas 0,5%. Nos demais anos, porém, foram concedidos reajustes generosos. Em 2010, por exemplo, os trabalhadores tiveram ganho de 5,9% acima da inflação. Em 2006, foram 12,9%.
Além de não repor a inflação, o mínimo de 2011 passou por cima da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Ela determinava que governo e centrais sindicais negociassem o aumento real a ser concedido ao mínimo e às aposentadorias acima do mínimo. O governo chegou a abrir diálogo com os sindicalistas, mas tudo foi colocado em banho-maria depois que a presidente eleita, Dilma Rousseff, deixou claro que não cederia nada além dos R$ 540. Ela não aceitou discutir nenhuma contraproposta para apresentar às centrais.
O valor do mínimo foi o primeiro grande teste sobre a disposição de Dilma de promover o ajuste nas contas do governo, como foi prometido por sua equipe econômica. Para os economistas, é um sinal que ela vai, de fato, conter as despesas ao menos no primeiro ano de seu governo Lula também pôs o pé no freio em 2003.
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