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Rebelião é sufocada após 3 mortes em PE

440 policiais entram em presídio semidestruído durante três dias de motim

Por Angela Lacerda e RECIFE
Atualização:

Uma força-tarefa com 440 homens das Polícias Civil e Militar e agentes penitenciários invadiu às 14 horas de ontem o Presídio Aníbal Bruno, no Recife, na tentativa de controlar uma rebelião iniciada no domingo, que deixou 3 presos mortos - 1 deles decapitado - e 43 feridos. Os rebelados destruíram dois pavilhões e depredaram outros seis. Um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal deu suporte à operação. De acordo com o superintendente de Segurança Penitenciária, Isaac Wanderley, 2,5 mil presidiários - do total de 3,9 mil - se rebelaram. No fim da tarde, Wanderley afirmou que 100 presos - lideranças e apenados perigosos - foram transferidos para uma unidade prisional, não divulgada pelo governo. Outros 400 presos, que ficaram sem abrigo com a destruição dos dois pavilhões, foram colocados em um pavilhão a ser inaugurado. O resto foi dividido em três blocos e acomodado de forma precária no presídio. Além da guarda interna e externa, perto de cem policiais serão mantidos no local para evitar uma nova revolta. Até as 19 horas, a situação era considerada sob controle. O presídio tem capacidade para 1,4 mil pessoas, mas abriga 3,9 mil em 17 pavilhões. Os seis pavilhões danificados devem ser reconstruídos em um prazo de até 30 dias. Os dois destruídos não têm prazo para voltar a funcionar. Os presos vão trabalhar na reconstrução. Somente uma das reivindicações dos rebelados foi aceita: a troca de dois agentes responsável pelo controle de pavilhões. Eles exigiam ainda a liberação de visita de crianças, eliminação de cadastro para visitantes e a agilização de processos . As mortes no presídio começaram no domingo, com o assassinato de Tiago Batista de Lima, de 21 anos. As outras duas execuções ocorreram na noite de anteontem. Fábio Batista Fonseca, de 30 anos, foi morto a facadas, decapitado e teve o corpo queimado. Marcos Michel Correia, de 27 anos, também foi morto a facadas.

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