Rebelião em Embu deixa 11 mortos

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Por Agencia Estado
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Onze presos morreram neste sábado durante uma rebelião no Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), em Embu, na Grande São Paulo. Outros 11 ficaram feridos e foram atendidos num pronto-socorro da cidade. Por volta das 11h30, 59 detentos fugiram. Os cinco policiais que estavam de plantão conseguiram impedir a fuga dos outros presos, mas eles começaram o motim. A delegacia tinha 163 detentos. Os detentos atearam fogo nos colchões da cela onde estavam nove presos e todos morreram. Outros dois foram assassinados no pátio da cadeia, por objetos de ferro pontiagudos fabricados pelos próprios detentos. A última revista entre os presos, de acordo com informações da polícia, foi feita na sexta-feira. De acordo com as famílias dos detentos, um menor e um deficiente mental sobreviveram e permanecem encarcerados na área de maior segurança da delegacia. A fuga e a rebelião começaram depois da faxina da manhã. Foram mantidos como reféns dois investigadores da polícia. Um fugiu e o outro, André Francisco Bingdon, permaneceu nas mãos dos presos até as 14h15, quando foi libertado com uma fratura no nariz. Com a libertação dele terminou a rebelião. Até as 17 horas haviam sido recapturados 21 fugitivos, que foram encaminhados à Delegacia de Taboão da Serra. De acordo com o diretor do Demacro, Antônio Martins Fontes, a cadeia, que mantinha 163 detentos, comportava apenas 24. As famílias dos detentos permaneceram na porta da delegacia até as 17 horas, quando foram divulgados os nomes dos mortos. São eles: Alex Fabiani Barbosa, Felipe Leandro Lenaro, José Antônio Teixeira Carvalho, José Francisco Cantelino, Lairton Bressan, Lourenço Fernandes da Silva, Marcos dos Santos Oliveira, Mário Lúcio Gonçalves, Ogracil Rodrigues Caetano Filho, Ronaldo Leandro da Silva e Valdemir Ferreira de Carvalho. Segundo Fontes, foi encontrada com os presos uma pistola Beretta 663, que não foi usada porque estava danificada. O secretário de Segurança Pública do Estado, Saulo Castro de Abreu Filho, admitiu que a superlotação motivou a rebelião. Ele prometeu criar até o final do ano 3.745 vagas para presos provisórios em todo o Estado. "Tentativa de fuga e lotação fazem parte do nosso cotidiano", disse o secretário, acrescentando que o número de rebeliões e fugas caiu 59% este ano em relação ao ano passado. Ele confirmou que entre os mortos está um menor de 17 anos, que, segundo ele, estava na delegacia por determinação judicial. Ele informou que a polícia vai trabalhar toda a noite para tentar recapturar os outros fugitivos. Os corpos dos 11 mortos foram encaminhados para o IML. Ele não quis comentar a informação de que os presos tinham uma arma.

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