Rebelião em São Lourenço deixa 1 morto e destrói cadeia

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Um detento morreu carbonizado durante uma rebelião de 9 horas na cadeia pública de São Lourenço, sul de Minas Gerais. O motim teve início por volta das 19 horas de quinta-feira, depois que cerca de trinta presos tentaram fugir. Eles arrebentaram os cadeados das celas e quando saíam pelo corredor da cadeia foram impedidos pelos policiais de plantão, que deram tiros para o alto. Eles voltaram para o pátio e para as celas, iniciando a rebelião. Os 53 presos colocaram fogo em colchões, quebraram vidros, entortaram as grades, destruindo toda a cadeia. Os policiais civis e militares que se aproximavam dos detentos para tentar uma negociação eram recebidos com bombas caseiras, feitas com álcool e pólvora. Como a situação só se agravava com o passar das horas, o delegado titular de São Lourenço, Luciano Belfort Andrade Santos, acionou o Grupo de Ações Táticas Especiais de Varginha. Ao todo, 50 policiais militares e 30 civis trabalharam na tentativa de manter a segurança do local. O que mais chamou a atenção do delegado, foi que durante a negociação para o fim da rebelião, nada era reivindicado pelos presos. "Eles ficaram revoltados por terem sido impedidos de sair e não pediam nada". A rebelião foi controlada por volta das 4 horas da madrugada, quando policiais do Gate, com armas e escudos, entraram nas celas. "A gente não podia imaginar o que nos esperava", afirmou o delegado. Logo no primeiro corredor, a polícia encontrou o corpo do detento Ricardo Alexandre de Jesus, de 22 anos, que estava carbonizado. Segundo o delegado, ele não havia participado de nenhuma briga anteriormente. "Para nós, não consta a participação dele em nenhuma ocorrência lá dentro". Dos 53 detentos, 41 foram transferidos para outras cadeias da região do sul de Minas e outros 12 permanecem em duas celas externas da cadeia que não foram destruídas. "Procuramos separar os líderes deste motim para não criar problema em outras cadeias". O estabelecimento carcerário, que tinha capacidade para 34 presos, ficou totalmente destruído. "Agora estamos fazendo a avaliação das necessidades, para solicitar uma reforma geral à Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.