Uma rebelião deflagrada por presos da cadeia pública de Itajubá, no sul de Minas, já durava cerca pelo menos 30 horas no final da tarde desta terça-feira. O motim, conforme o delegado Antônio Marcos Paixão, teve início na manhã de segunda-feira, após uma tentativa frustrada de fuga. Os cadeados das celas foram arrebentados e os presos ocuparam o pátio da cadeia. De acordo com o delegado, três menores e dois presos "da faxina" (de bom comportamento) eram mantidos reféns e sofriam ameaças de morte por parte dos rebelados. A polícia não tinha informações sobre feridos. A cadeia pública, segundo Paixão, tem capacidade para 60 presos, mas abriga atualmente cerca de 100. A grande maioria participava da rebelião. Os amotinados reclamavam da superlotação e cobravam banho de sol diário, reivindicações consideradas fantasiosas pelos policiais. "O negócio deles é buscar uma maneira de fugir", disse o delegado. Segundo ele, o clima ficou mais tenso a partir do meio-dia desta terça-feira. "Nunca se sabe onde pode desaguar uma rebelião", comentou. Policiais civis e militares cercavam a cadeia e uma rua de acesso foi bloqueada. Representantes da polícia e do Judiciário negociavam o fim do motim. Como forma de pressionar os rebelados, a luz da cadeia foi cortada. De acordo com a PM, somente neste ano outras três rebeliões foram registradas na cadeia pública de Itajubá. "Existe um clima de insubordinação aqui há muito tempo", disse Paixão.