Reconstituição esclareceu "pontos obscuros"

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Por Agencia Estado
Atualização:

A reconstituição do assassinato de Manfred Albert von Richthofen e de sua mulher, Marísia, teve de ser realizada para esclarecer diversos ?pontos obscuros? relacionados pelos policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), após a confissão do crime dos irmãos Daniel e Christian Cravinhos de Paula e Silva e da filha do casal, Suzane Louise. A reprodução do crime tinha o objetivo de revelar como os assassinos fizeram para entrar na residência; como chegaram ao quarto e mataram o casal Manfred e Marísia; comprovar se Suzane teve participação direta ou indireta no assassinato dos pais. Suzane disse à polícia e repetiu aos policiais e peritos, no interior da casa, que abriu a porta da garagem, desligou o alarme e acendeu as luzes. Viu se os pais estavam dormindo. Ficou no carro ouvindo rádio enquanto o namorado Daniel e o irmão dele, Christian, matavam o engenheiro e a médica psiquiatra a golpes de barra de ferro. A reconstituição, dizem os peritos do Instituto de Criminalística, segundo o artigo 7º do Código de Processo Penal, ?tem o objetivo de evidenciar e comprovar a possibilidade da infração penal ter sido produzida de determinada forma.? Serve para evitar falsas responsabilidades penais obtidas muitas vezes através de confissões espontâneas para acobertar o verdadeiro criminoso ou criminosos. O laudo da reconstituição da morte dos Richthofen terá fotografias do comportamento de cada um dos acusados dentro da casa. Irá mostrar como os três se movimentaram antes e depois da morte dos Richthofen. Além de fotografar, os peritos também filmaram a reconstituição: do ataque ao casal no quarto, ao roubo dos dólares, reais e jóias. Fotografaram e filmaram como os acusados destruíram os objetos para simular um crime praticado por assaltantes. O objetivo dos criminosos era evitar que a polícia suspeitasse de pessoas que pudessem conhecer os hábitos dos moradores. O laudo vai tirar todas estas dúvidas. A reconstituição em muitos casos, disse José Domingos Moreira das Eiras, diretor do IC, tem valor decisivo para permitir aos promotores e juízes formarem suas opiniões e conclusões nos processos. Os laudos nas reconstituições são acompanhados de desenhos e croquis dos locais do crime para facilitar o trabalho do Ministério Público e da Justiça. Acompanhe toda a história nos links abaixo. » Quinta, 31/10: Casal é assassinado no Campo Belo » Para vizinhos, casal era "simpático e reservado" » Sexta, 1/11: Policiais investigam namorado e filha do casal » Segunda, 4/11: Filha do casal depõe pela segunda vez » Terça, 5/11: Polícia volta à mansão do casal assassinado » Quarta, 6/11: Para Polícia, casal foi assassinado por vingança » Quinta, 7/11: Preso o irmão do namorado da filha » Sexta, 8/11: Pedida prisão de suspeito de matar o casal » A Polícia conclui: Suzane, a filha, tramou o assassinato » Assassinos do casal têm prisão provisória decretada » Polícia encontra material furtado da mansão do casal » Suzane era meiga e quieta, dizem colegas » Richthofen era homem-chave do Rodoanel » Matam os pais e não mostram remorso » Especialistas acreditam em "distúrbio mental" » Casal queria mandar a filha para a Alemanha » Sábado, 9/11: "Cheguei a pensar em desistir, mas já não tinha volta", disse Suzane » Pena de assassinos do casal pode chegar a 50 anos

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