01 de outubro de 2013 | 20h29
A preocupação com a qualidade da água do rio que corta a cidade fez com que Jundiaí, a 57 quilômetros da capital paulista, se transformasse nos últimos 15 anos em exemplo de captação e tratamento de água e esgoto para o País.
O programa de despoluição da bacia do Rio Jundiaí começou em 1983, em uma parceria entre o Estado, a prefeitura de Jundiaí e empresários locais. O objetivo era despoluir a bacia do Rio Jundiaí e, assim, auxiliar na despoluição do Rio Tietê.
“Os investimentos do município em saneamento básico representaram mais qualidade de vida e mais saúde para a população. Ao mesmo tempo, atuamos na preservação do meio ambiente”, afirmou o diretor presidente do Departamento de Água e Esgoto (DAE), de Jundiaí, Jamil Yatim.
Hoje, segunda cidade do país em qualidade de saneamento básico, um dos marcos desse processo foi a implantação da primeira Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) do Brasil – inaugurada em 1998.
Além de coletar e tratar 98,30% do esgoto dos 373 mil habitantes, Jundiaí recebe atualmente dejetos líquidos de outras 15 cidades da região. A estação, com capacidade para tratar o esgoto de 1 milhão de habitantes, é operada por uma empresa privada, a Companhia de Saneamento de Jundiaí (CSJ).
“Considero que a boa qualidade da água e o tratamento de quase 100% do nosso esgoto algo que, além de dar segurança para a população, representa uma marca da cidade. Serve inclusive para atrair mais investimentos”, afirma o gerente-geral da Associação Comercial e Industrial de Jundiaí, Alefe Messias, de 47 anos.
Os investimentos em Jundiaí nos últimos 15 anos fizeram subir o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) local da 51ª posição para a 4ª, no ranking de cidades do mesmo porte.
“Os reflexos no sistema de saúde são evidentes. Temos uma redução significativa de casos de doenças relacionadas ao esgoto ao céu aberto e também de mortalidade infantil”, afirma o secretário municipal de Saúde, Cláudio Miranda.
Em 2011, a cidade registrou quatro casos de internação motivados por diarreias, sete por amebíase e 44 por doenças infecciosas intestinais não especificadas. O índice de mortalidade infantil local também está abaixo da média do Estado, é de 10,4 mortes para cada 1 mil nascidos vivos.
Investimentos
Entre 2009 e 2011 foram investidos R$ 115 milhões em saneamento básico em Jundiaí. Em 2011, esse valor foi de R$ 65,8 milhões. Além de ser prioridade de governo, a cidade busca inovar. Hoje, parte do lodo do esgoto é processada e vira fertilizante orgânico composto, para ser usado na agricultura, ao invés de ser enviado para aterros sanitários.
A gestão do saneamento em Jundiaí é realizada por meio de uma Parceria Público Privada (PPP) desde 1996. O sistema de saneamento básico, que inclui o fornecimento de água, a coleta e o afastamento do esgoto, fica por conta do município, por meio do DAE, e o tratamento e a disposição final dos resíduos com a CSJ.
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