PUBLICIDADE

Reformas são pré condições para o Brasil, diz <i>FT</i>

Para o jornal britânico, "estabilidade econômica e política social com resultados efetivos" provaram ser os alicerces do governo petista no primeiro mandato

Por Agencia Estado
Atualização:

O jornal Financial Times, em editorial publicado nesta quarta-feira com o título "O teste para Lula", alerta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu segundo mandato, vai precisar reestruturar os gastos públicos e implementar reformas para garantir que a economia brasileira cresça mais, tornando o país competitivo no cenário internacional. Segundo o diário britânico, "a estabilidade econômica e uma política social inconsistente, mas com resultados efetivos, provaram ser os alicerces" da reeleição de Lula, ofuscando a série de escândalos de corrupção que atingiram seu governo, diz o editorial. "Lula deveria agora melhorar os gastos e restrições que limitam a capacidade do Brasil atrair investimento e prejudicam sua capacidade de crescimento", disse. O jornal afirmou que a escala da vitória de Lula foi "impressionante". Segundo ele, o presidente precisa "agradecer em parte as condições favoráveis na economia internacional, incluindo os elevados preços de commodities e a ampla liquidez nos mercados financeiros". Além da estabilidade econômica que resultou uma inflação mais baixa, observou o FT, políticas sociais resultaram num melhora da renda entre a população mais pobre. "Apesar dessas conquistas, o Brasil não está crescendo de maneira alguma com uma rapidez suficiente", disse. "O desafio será aumentar tanto o investimento privado quanto o público." Segundo o periódico, o ambiente para negócios precisa ser facilitado, além de uma maior previsibilidade no ambiente regulatório. O Brasil também precisa simplificar "seu complicado regime tributário e implementar de fato regras que reduzam as cargas onerosas enfrentadas por pequenas empresas". Mas acima de tudo, observou o jornal, Lula precisa estar preparado para adotar decisões difíceis com o objetivo de remodelar o gasto público. "Isso não significa cortes nos desembolsos para os pobres: a Bolsa Família absorve apenas 0,4% do PIB", disse. "Mas significa ação decisiva para reduzir os benefícios sociais para aqueles em boa situação. Mais reforma no sistema previdenciário é urgente." Segundo o FT, é improvável que tais reformas ocorram. "Mas elas são uma pré condição para um sucesso sustentável." O jornal afirma que se as condições externas continuarem favoráveis, o Brasil evitará uma crise. "Mas sem reformas vai continuar ficando cada vez mais atrás de seus competidores." De acordo FT, ao colocar o Brasil no patamar de crescimento, Lula poderia "fazer uma diferença real, de longo prazo, para o futuro de seu país".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.