Relatório aponta turbidez de água 11 mil vezes superior
Amostra foi retirada do Rio Doce no município mineiro homônimo, a 100 quilômetros de onde houve o rompimento das duas barragens
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Por Leonardo Augusto
Atualização:
BELO HORIZONTE - O resultado da primeira amostra de água do Rio Doce coletada para análise depois do rompimento das duas barragens em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, em Minas Gerais, apontou índice de turbidez 11.900 vezes superior ao recomendável no caso de envio para estações de tratamento para abastecimento humano. A amostra foi recolhida no município de Rio Doce, a 100 quilômetros do local da tragédia, pelo Centro de Tecnologia e Inovação da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) a pedido do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam).
Segundo o relatório, a água recolhida no município de Rio Doce apresentou entre 435.400 e 597.400 unidades de turbidez. "Medidas acima de 50 NTU (unidades de turbidez) requerem filtração, coagulação química para a remoção dos sólidos suspensos e melhor eficiência no processo de desinfecção da água para o seu tratamento para abastecimento", afirma o relatório.
Barragem de rejeitos se rompe em Minas Gerais
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Resgates em Mariana
Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
Resgates em Mariana
Vista do local onde a barragem quebrou (parte cinza) e que acabou com o distritode Bento Rodrigues Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
Resgates em Mariana
Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
Resgates em Mariana
Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
Resgates em Mariana
Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
Resgates em Mariana
Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
Resgates em Mariana
Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
Resgates em Mariana
Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
Resgates em Mariana
Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
Resgates em Mariana
Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
Resgates em Mariana
Homem observa os rastros de destruiçãoem Mariana Foto: Douglas Magno/AFP
Barragem de rejeitos se rompe em Minas Gerais
Uma barragem de rejeitos da mineradora Samarco rompeu-se ontem, por volta das 16h, entre Mariana e Ouro Preto, a 110 km de Belo Horizonte (MG). Foto: Facebook/Reprodução
Resgates em Mariana
Helicópteros sobrevoam a região do distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, em busca de vítimas Foto: Douglas Magno/AFP
Resgates em Mariana
Moradores desalojados passaram a noite no ginásio de Mariana Foto: Márcio Fernandes/Estadão
Resgates em Mariana
Roupas e objetos pessoais foram levados ao ginásio para os desalojados Foto: Márcio Fernandes/Estadão
Resgates em Mariana
Crianças dorme no ginásio ao lado de outras pessoas que ficaram desalojadas Foto: Márcio Fernandes/Estadão
Resgates em Mariana
Roupas que foram levadas ao ginásio para os desabrigados Foto: Márcio Fernandes/Estadão
Barragem de rejeitos se rompe em Minas Gerais
A tragédia deve transformar-se na mais grave na área ambiental do Estado. Foto: Facebook/Reprodução
Resgates em Mariana
Estragos ainda não foram contabilizados em Mariana Foto: Douglas Magno/AFP
Barragem de rejeitos se rompe em Minas Gerais
Os serviços de energia elétrica e água foram afetados - não havia nem sinal de celular. Foto: Facebook/Reprodução
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A amostra foi recolhida no sábado, 7, portanto, dois dias depois da queda das barreiras, que já deixou dois mortos e 25 desaparecidos.
No município, fica a hidrelétrica Candonga, com capacidade para 140 megawatts, a primeira de outras duas de porte semelhante ou maior no caminho do Rio Doce até o deságue, em Regência, distrito de Linhares, no Espírito Santo. Com o rompimento das duas barragens, a usina, que tem a Mineradora Vale, controladora da Samarco, como sócia, teve que ser desligada.
Conforme o relatório, a "turbidez na água, nessa situação foi provocada pela presença do rejeito de minério deixando a sua aparência opaca (marrom avermelhada), podendo reduzir a penetração da luz, prejudicando a vida aquática".
Segundo relatos de moradores do município de Rio Doce, é possível ver um grande número de peixes mortos na passagem do curso d'água pela região. O prefeito da cidade, Silvério Joaquim da Luz (PT), divulgou relato afirmando haver "quilômetros de matas ciliares destruídas, lama fétida e outras tantas toneladas de madeira boiando entre os pilares (da usina), formando pequenas barragens, estagnando a água".
O prefeito de Rio Doce afirmou ainda haver "prejuízo econômico incalculável para os municípios de Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado, pois não se sabe quando a usina voltará a produzir energia". Ambos recebem royalties por terem parte de seus territórios inundados pelo reservatório da hidrelétrica.