Reprovados alegam falhas pontuais

Justificativas recaem sobre máquinas e funcionários e processo será revisto

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Por Redação
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Os responsáveis pelos restaurantes com nota ruim no quesito higiene dos pratos, talheres e bandejas afirmaram estar surpresos com o resultado da avaliação feita pela Associação Pro Teste e atribuíram falhas pontuais ao baixo desempenho. A alegação foi a de que os itens avaliados passam por rigoroso processo de higienização e os funcionários são treinados para seguir normas internas de boas práticas. Apesar disso, prometeram rever os processos. A nutricionista da rede Divino Fogão, que na capital tem restaurantes com as marcas São Paulo e São Paulo I, Andrea Chiarella, ressaltou que "há procedimentos para todos os utensílios". "Usamos máquina industrial que lava pratos, talheres e até as bandejas com água quente e produtos específicos para a higienização. Depois da lavagem, esses itens passam por uma solução clorada." A nutricionista garante que já entrou em contato com as unidades avaliadas para detectar possíveis erros. "Vamos ver o que está ocorrendo com a desinfecção e, se for o caso, aumentar a dosagem da solução utilizada para esterilização dos talheres, bandejas e pratos." A rede de restaurantes Mister Sheik, com duas lojas avaliadas pela Pro Teste, teve resultados diferentes. A unidade do Shopping Metrô Tatuapé foi a pior em todos os itens e, segundo Abirailton Pádua Cunha, gerente de Operações da rede, foi fechada no mês passado. "Se o teste tivesse sido feito em outro momento, talvez os resultados fossem diferentes." Simone Santana, gerente de qualidade da International Meal Company (IMC) e responsável pela rede Viena, que teve três restaurantes reprovados pelo teste, afirmou que os funcionários passam por treinamentos periódicos e as unidades trabalham com "procedimentos operacionais padronizados". Simone afirmou ainda que a rede está investigando a possibilidade de falha interna para justificar a contaminação atestada. MÁQUINAS Acompanhamentos no processo higiênico dos utensílios usados na cozinha também são frequentes na rede Kappa Gourmet. É o que garante seu supervisor operacional, Michel Okamoto. "Mensalmente fazemos testes laboratoriais com amostras retiradas dos alimentos, talheres e pratos e sempre o resultado tem sido satisfatório", disse. Mesmo assim, Okamoto não descartou a possibilidade de falha humana. Já Ricardo Shimohirao, um dos sócios da rede Coração Mineiro, que teve dois restaurantes avaliados, questionou as condições do teste e a eficiência das máquinas de lavar. "Os utensílios não são manuseados pelos funcionários. Vou entrar em contato com os fornecedores dos produtos químicos utilizados em nossas máquinas para verificar o que pode ter dado errado", disse. "As máquinas foram feitas para esse tipo de trabalho e deveriam higienizar os utensílios perfeitamente", completou o gerente do restaurante Máfia da Pasta, Devanil Gregório Leite, que pretende pedir outra análise para a Pro Teste. A reportagem procurou, mas não conseguiu contato com os demais restaurantes reprovados no levantamento da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor.E.P.

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