Restaurantes são despejados de Congonhas

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) quer a desocupação da choperia Aerochopp e da Cia. de Pizza, no saguão central do Aeroporto de Congonhas, para executar a ampliação de uma sala de embarque (a de número 3) de passageiros. Com esse objetivo, a Infraero moveu ação de reintegração de posse e obteve liminar na Justiça Federal, que dá prazo de 48 horas para a desativação da choperia e de cinco dias para a pizzaria. Na prática, isso significa despejo. Um representante da pizzaria, que se identificou apenas como Bob, disse que o prazo de cinco dias vence nesta quinta-feira e aguarda a decisão de um recurso contra a desocupação. Nesta quarta-feira à tarde, a administração do Aerochopp tentava entrar com igual recurso na Justiça Federal. Os responsáveis pelos dois estabelecimentos disseram que os prazos são "inviáveis" e serão obrigados a demitir os 33 funcionários (que somam juntos), caso tenham de fechar os restaurantes. "Eles (Infraero) não estão corretos", criticou Bob, argumentando que o ideal seria o órgão transferi-los para outro espaço no aeroporto. "Se dissessem que o prazo era de 30 dias, eu enfartava. Com 48 horas, entrei em choque", comentou a assessora administrativa da Aerochopp, Maria Cristina Moura. A Infraero informou que não foi encontrado outro lugar para a pizzaria e a choperia "porque não há espaço no aeroporto com infra-estrutura adequada para atendê-las no momento". Segundo o Departamento de Comunicação Social do órgão, em março foi iniciada uma negociação, mas não houve acordo e os dois restaurantes entraram com ação na Justiça. O contrato da Infraero com a choperia se encerrou em setembro e, com a pizzaria, em outubro. Foi então que a Infraero moveu as ações de reintegração de posse. "A nossa prioridade está sendo operacional: proporcionar mais conforto aos passageiros", acrescentou a Comunicação Social da empresa. Somente em outubro passaram 8 mil passageiros pela sala de desembarque número 3, que tinha 961 metros quadrados. Uma primeira etapa de ampliação, neste ano, aumentou o espaço para 1.021 metros quadrados.] A Infraero calcula que, com a eventual saída dos dois restaurantes, a sala terá 1.270 - um ganho de 309 metros quadrados. A ampliação faz parte da readequação de espaços internos, o que está sendo feito enquanto a Infraero aguarda autorização para iniciar uma obra maior, de ampliação, com a construção de oito pontes de embarque, um terminal de passageiros e um edifício-garagem. Os passageiros tiveram diferentes reações em relação à polêmica entre a Infraero e os dois restaurantes. "O tempo que o passageiro passa na área de embarque não justifica essa ampliação", disse o professor universitário José Augusto Fontoura Costa, de 34 anos. "Se a intenção de ampliar é para dar melhor conforto ao passageiro, é uma medida necessária", afirmou a professora Ione Oliveira, de 56 anos. A agente de aeroporto Andréa Amorim Poeiras, de 21, defendeu a ampliação da sala, mas sem desativar os dois restaurantes. "O passageiro quer e precisa se descontrair, comer, beber alguma coisa, para poder embarcar tranqüilamente", disse a agente de aeroporto Leila Marques, de 25 anos. Congonhas tem média diária de 705 pousos e decolagens, com movimentação de 27.951 passageiros. As lojas e serviços incluem lanchonetes, engraxataria, cabeleireiro, joalheiro, livrarias, bancos e locadoras de veículo.

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