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Retrospectiva 2011: Fevereiro, o mês que a Cidade do Samba pegou fogo

Crise na SSP do Rio, alagamento em lago e outros crimes também marcaram o menor mês do ano

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Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - Fevereiro foi marcado por fatos no Rio de Janeiro, mas também por casos de violência e novos problemas por causa da chuva em São Paulo. Logo no início do mês, um incêndio atingiu a Cidade do Samba, um complexo de galpões destinados à armazenagem e construção de alegorias e fantasias das escolas do grupo especial, e destruiu o material produzido pela Grande Rio, Portela e da União da Ilha, além do Museu do Samba.

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O fogo comprometeu a estruturas dos barracões, que desmoronaram ou tiveram de ser derrubadas, e dificultou o acesso dos bombeiros para controlar o incêndio. A sala da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) também foi danificada e, segundo o laudo, foi onde houve o principio de incêndio apontado como "causa acidental".

Ninguém teve ferimentos graves. Faltando menos de um mês para as noites de desfiles, carnavalescos e integrantes se desesperaram ao ver meses de trabalho sendo consumido pelas chamas - a Grande Rio perdeu todas as fantasias e carros alegóricos. União da Ilha teve a maior parte das fantasias e das alegorias incendiadas; Portela perdeu boa quantidade das fantasias, mas os carros ficaram intactos. O prejuízo estimado às escolas atingidas foi de R$ 8 milhões.

Por causa da tragédia, neste ano as escolas atingidas pelo fogo não foram julgadas e não houve rebaixamentos para o grupo de acesso do carnaval carioca.

Crise na Segurança. Dias depois, uma ação da Polícia Federal acabou com dezenas de policiais presos e a queda de Allan Turnowski do cargo de chefe da Polícia Civil do Rio. A Operação Guilhotina foi desencadeada após uma invasão à Favela da Rocinha, em 2009, frustrada supostamente depois de a informação ter sido vazada para suspeitos envolvidos.

Segundo a investigação da PF, os policiais teriam envolvimento com o tráfico, corrupção e milícias cariocas. Entre os envolvidos estava o ex-subchefe Operacional da Polícia Civil, Carlos Oliveira, que trabalhou junto com Turnowski por dez anos e foi apontando como homem de confiança dele pelo delegado Claudio Ferraz, da Draco.

Além disso, o ex-chefe da Polícia Civil foi acusado de ter sido responsável por avisar, por telefone, o inspetor de polícia Christiano Gaspar Fernandes sobre a operação da PF. Turnowski negou as acusações e a promotoria arquivou o processo por não haver provas contra ele.

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A crise na Secretaria de Segurança Pública fluminense piorou após a Polícia Civil mandar lacrar a Delegacia de Repressão contra o Crime Organizado (Draco) ao saber que o grupo colaborou nas investigações da PF que acabaram na Operação Guilhotina. Turnowski alegou ter recebido ameaças por carta e mandou fechar a delegacia especializada ao acusar os policiais de arquivarem investigações após suposto recebimento de propina. Ferraz disse que a devassa era esperada como forma de "constrangimento" pelo seu papel na operação da PF.

Com a saída de Turnowski, a Polícia Civil passou a ser liderada por Martha Rocha, a primeira mulher à frente do grupo. Ela foi delegada por 21 anos e passou pela Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher (DPAM), pela Corregedoria e subchefia da Polícia Civil. Também ficou conhecida por atuar na investigação da morte da estudante Geisa Gonçalves, morta durante o sequestro do ônibus 174.

Violência doméstica. Ainda no Rio, a funkeira Verônica Costa foi acusada pelo marido de agressão e suposta tentativa de homicídio no fim do mês. Márcio Giovani Costa disse que a "mãe loura do funk", como é conhecida, junto com a família o teria amordaçado e espancado na região da Barra da Tijuca.

Segundo ele, os irmãos e o padrasto de Verônica também jogaram algum produto inflamável sobre seu corpo e ameaçaram atear fogo. Em depoimento, a Mãe Loura do Funk negou as acusações e disse que Márcio teria chegado em casa já com os machucados e sob efeito de drogas.

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Em novembro, Verônica e quatro familiares foram indiciados por tortura.

São Paulo. Mas os casos de violência não foram destaque apenas no Rio. O ex-árbitro Oscar Roberto de Godói foi baleado na zona oeste de São Paulo numa tentativa de assalto em Perdizes. Segundo ele, o suspeito o abordou e ele iria entregar as chaves do carro, no bolso de trás da calça. O criminoso, no entanto, atirou e acertou três disparos: um no pescoço, um no tórax e o último de raspão na barriga.

O comentarista esportivo disse que não reagiu a principio, mas ao perceber que o suspeito estava atirando começou uma luta. O criminoso conseguiu fugir à pé e o ex-árbitro foi levado para o hospital, onde ficou internado até o fim de fevereiro. No início de abril, o suspeito foi preso por tráfico de drogas e Godói o reconheceu como autor dos disparos.

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Lago alagado. Foi na mesma época que um novo problema no vertedouro do lago no Parque da Aclimação associado à forte chuva na cidade provocou o transbordamento e o alagamento das ruas ao redor, levando lama e peixes para as casas da vizinhança.

O canal de escoamento, que impede que o lago transborde - utilizado enquanto as obras do novo vertedouro não ficam prontas após uma falha que esvaziou o local -, não aguentou a pressão da chuva. A água do lago invadiu um campo, duas quadras e foi, com força, para o bairro.

A onda de água arrastou carros, derrubou muros e invadiu casas em ao menos duas quadras atrás do parque. Segundo uma moradora, a onda atingiu a altura do peito. Não houve feridos.

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