Retrospectiva 2011: Janeiro, o mês das tragédias climáticas no Brasil

No Rio, mais de 900 morrem em deslizamentos de terra; SP, SC e outros Estados também afetados

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - Janeiro como praticamente em todos os anos foi um ano de chuvas no Brasil. E foi o excesso de água mais a falta de fiscalização das autoridades ao permitir a ocupação de encostas e áreas de risco os responsáveis por tragédias em vários Estados e o maior desastre natural do País: mais de 900 mortos e centenas de desaparecidos após uma série deslizamentos no Rio.

PUBLICIDADE

Em apenas um dia, a região serrana fluminense recebeu o entre 250 e 300 milímetros de chuva nas cidades de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e região. Mais de 35 mil pessoas perderam moradia, a região foi tomada pela leptospirose, estradas e ruas foram tomadas pelo barro.

Foram dias de desespero e muito trabalho para quem sobreviveu ou ajudava no resgate de sobreviventes e corpos. As imagens das cidades eram de destruição sob a lama. O governo admitiu à ONU o despreparo para situações como esta e assumiu diversos compromissos para a reconstrução da região, com destinação de verba.

Por causa da suspeita de mau uso do dinheiro para a reconstrução de Teresópolis, o prefeito Jorge Mário Sedlaceck teve o mandato cassado.

Dias antes da catástrofe fluminense, Franco da Rocha, na Grande São Paulo, foi submersa pela grande quantidade de chuva, mas um toque da administração pública colaborou para o centro da cidade amanhecer debaixo d'água. Com o forte temporal, o nível das represas do Sistema Cantareira atingiram o limite e, para não transbordar,a Sabesp abriu as comportas de Paiva Castro.

Com isso, a vazão de água para o Rio Juqueri, que corta a cidade, subiu de 1 m³ para 80m³ por segundo. O resultado: delegacia, casas e comércios, trilhos de trem, ruas e até a prefeitura ficaram tomadas pela água lamacenta. Não houve vítimas ou desabrigados.

Durante todo o temporada de chuvas, que começa pouco antes do fim de dezembro e vai até março, outros Estados também foram afetados pela força das águas. Só na primeira quinzena, mais de 115 mil pessoas de 32 cidades em Santa Catarina tiveram de deixar suas casas por causa de enchentes, destelhamentos e deslizamentos.

Publicidade

Preconceito. No fim do mês, mais uma cena de intolerância chamou a atenção em São Paulo. Um menino de 10 anos foi vítima de racismo do Hipermercado Extra na Penha, na zona leste. O caso ocorreu no dia 28, quando ele foi acusado de furto pelos seguranças quando saia da loja.

O menino foi levado para uma sala onde os seguranças o chamaram de "negrinho sujo e fedido". Ele estava, no entanto, com a nota fiscal do que havia comprado. O Hipermercado Extra confirmou que nada havia sido levado pelo garoto, mas negou a acusação de discriminação.

A família do garoto entrou com uma ação por danos morais.

PUBLICIDADE

Aniversário. Foi neste mês também que o Corcovado celebrou o centenário da estrada eletrificada do famoso morro carioca. A modernidade chegou na região 20 anos de a estátua do Cristo Redentor ser inaugurada, em janeiro de 1911, quando a The Rio de Janeiro Tramway Light & Power Co. Ltda, promoveu a troca de toda a rede de trens a vapor foram trocados por locomotivas a vapor.

Por ocasião da inauguração, o livro Estrada de Ferro do Corcovado - 100 anos de Eletrificação foi lançado com rica e bem feita pesquisa histórica, recheada com 83 imagens e fotos de época. A estrada foi construída quase 100 anos antes, ainda no século 19, e virou um marco por ser a primeira da América Latina feita exclusivamente para o turismo. Até o imperador d. Pedro II participou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.