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Reunião do PT decidirá futuro de envolvidos no dossiê, afirma Marta

"O PT não põe sujeira embaixo do tapete. Dou a quem doer. Corta na própria carne, passa por vexame. A gente vai até o final e corta na carne", disse

Por Agencia Estado
Atualização:

A coordenadora de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo, Marta Suplicy, admitiu que na reunião da Executiva Nacional do PT que será realizada nesta sexta-feira, na capital paulista, vai decidir o futuro dos petistas que se envolveram no episódio da compra do dossiê elaborado pelos Vedoin contra o então candidato ao governo de São Paulo, José Serra (PSDB). "A reunião da Executiva Nacional vai encaminhar esta questão", afirmou. Oficialmente, a reunião foi convocada para avaliar o resultado do primeiro turno das eleições, realizado no último domingo, e discutir as novas estratégias para a campanha. Mas integrantes da cúpula petista pedirão que sejam levados à comissão de ética os petistas Oswaldo Bargas, Jorge Lorenzetti, Valdebran Padilha, Gedimar Passos e Expedito Veloso. Eles pedirão também que o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), se afaste por iniciativa própria do comando do partido. Marta rejeitou a afirmação do presidente estadual do PSDB, deputado Sidney Beraldo, de que o PT não poderia discutir ética como tática para aumentar os votos de Lula em São Paulo. "A primeira regra, quando se fala de ética, é não ser hipócrita. Eu acho que quem enterrou 70 CPIs não pode falar em ética com a soberba que está falando", ironizou. A ex-prefeita de São Paulo fez duras críticas à gestão do candidato da coligação PSDB-PFL à Presidência da República, Geraldo Alckmin, no Estado de São Paulo. "Nós, agora, fomos informados que o ´gerente´, que foi o administrador, deixou aqui em São Paulo um rombo de mais de R$ 1 bilhão e ia vender 20% das ações da Nossa Caixa, quando José Serra foi lá tentar impedir esta desgraça que ia ser feita no Estado de São Paulo", provocou. Marta citou dados para comparar o desempenho dos governos Lula-FHC e o dela e o de Alckmin. Ela tentou associar o governo de Fernando Henrique Cardoso ao nome do atual candidato do PSDB à Presidência da República. "Quem liderou a compra de votos para a reeleição de presidente da República e enterrou a CPI da Privatização das Telecomunicações, em que tinha gravação do FHC se comprometendo com a concessão, não pode falar em ética." Segundo ela, os tucanos não se preocupam com emprego e não têm compromisso social. "Enquanto FHC e Alckmin criaram 10 milhões de desempregados, Lula criou 5 milhões de empregos, 1,6 milhão só no Estado de São Paulo", disse. "Não adianta o governador de São Paulo ir na TV e dizer que se preocupa com o Bolsa Família e que vai continuar o programa. Vejam os dados, gente: quando eu era prefeita, tinha mais de 200 mil famílias em São Paulo com renda mínima. O Alckmin tinha 16 mil equivalentes no Estado de São Paulo", alfinetou. Marta disse não ter dúvidas de que a votação de Lula em São Paulo vai aumentar. "Nós estamos aqui para diminuir esta diferença", disse. Questionada sobre as críticas que os tucanos fazem ao seu nome como coordenadora da campanha de Lula, Marta rebateu: "Eu sei fazer gol. Por isso, eles estão reagindo desta forma." E continuou: "O PT não põe sujeira embaixo do tapete. Dou a quem doer. Corta na própria carne, passa por vexame. A gente vai até o final e corta na carne."

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