Revitalização do Brás vence concurso da Bienal

Projeto de alunos da PUC de Campinas prevê série de prédios públicos

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Por Sérgio Duran
Atualização:

Um projeto de requalificação urbana do Brás, bairro na região central de São Paulo, ganhou uma das mostras competitivas da 7ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo (BIA). Criado por alunos da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, venceu o Concurso Internacional das Escolas de Arquitetura ao sugerir uma série de construções e passarelas interligando diversos pontos da região. O plano começa com a construção de uma nova estação de metrô - a atual é interligada à estação de trem. De lá, partiriam diversos trajetos com destino a outros prédios do projeto, entre os quais uma escola técnica, uma de ensino fundamental, teatros, um conjunto residencial cilíndrico de 80 metros de altura e um hotel popular. "Os desafios eram dar uso a vários prédios do Brás que abrigavam antigas indústrias e hoje estão ociosos e também interligar o bairro, que tem linhas férreas como cicatrizes urbanas isolando certas partes", afirma o estudante Gabriel Frasson, de 23 anos, que participou da elaboração do projeto, coordenado pelos professores Araken Martinho e Luis Espallargas Gimenez. Foram pré-selecionados para o concurso projetos de 32 escolas de arquitetura de vários países, que foram julgados por três arquitetos brasileiros e três estrangeiros. O segundo lugar ficou para um projeto do Mackenzie que propõe a construção de espaços de lazer e esportes no centro velho de São Paulo. A escola de arquitetura da Universidade Federal de Minas ficou em terceiro lugar ao apresentar uma proposta de urbanização da favelas. Frasson disse que eles ainda não sabem o que farão com o projeto do Brás. "Vamos mostrá-lo a outros alunos da faculdade, mostrando que é possível um estudante fazer um trabalho de qualidade", disse. "A BIA é uma espécie de Oscar para nós, é um dos concursos mais conceituados na área." A capital paulista foi inspiração para vários outros projetos na Bienal. Na premiação geral, dividida entre projetos executados e não-executados, a proposta de intervenção no Elevado Costa e Silva, o Minhocão, venceu na segunda categoria. De autoria dos arquitetos José Eduardo Nascimento de Souza Alves e Juliana Corradini, o projeto propõe a construção de espaços de lazer e jardins embaixo e em cima do Minhocão, reconfigurando a região que ficou sufocada pelo tráfego intenso e duplo de veículos. O segundo lugar ficou para um projeto de reurbanização do eixo industrial da Mooca, na zona leste, e do Ipiranga, na sul. Na categoria Projetos Executados, o Museu Rodin, na Bahia, dos arquitetos Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci, foi o vencedor. O museu foi construído em um prédio histórico, a partir de um projeto que propôs alterações, mas preservando a construção. O segundo lugar ficou com o projeto do Programa Praça Escola, dos arquitetos Washington Fajardo, Adriana Sansão, Pedro Évora e Raul Bueno, executado pela Prefeitura de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. Não foram apenas projetos de intervenção em espaços públicos que se destacaram na Bienal. O projeto intitulado Residência na Vila Romana, bairro na zona oeste de São Paulo, também mereceu menção honrosa. A categoria dos projetos propositivos e conceituais não teve nenhum vencedor. A comissão julgadora concluiu que nenhuma proposta atingiu os objetivos propostos.

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