Revolta na reconstituição da morte de menina de três anos

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Por Agencia Estado
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Um grupo de 150 pessoas assistiu, revoltado, à reconstituição do crime contra a menina Rayane Karoline Novaes, de três anos, ocorrido há 10 dias em São José dos Campos, no Vale do Paraíba. Populares ameaçaram linchar o autor do crime, Márcio Roberto do Nascimento, de 24 anos, mas foram contidos por policiais civis. Exaltados ao verem Nascimento descer da viatura policial para participar da reconstituição, os vizinhos da casa onde ocorreu o crime, no Jardim Ismênia, chamavam o acusado de assassino e diziam que ele teria que pagar pelo crime que cometeu. Doze homens do Garra (Grupo de Apoio e Repressão ao Crime) e do 6º Distrito Policial de São José dos Campos ajudaram na segurança do acusado e na reconstituição, que durou cerca de 40 minutos. Nascimento, preso em flagrante no dia do assassinato, depois de levar a criança já morta ao Pronto Socorro informando que a menina havia caído da escada, manteve a mesma versão. ?Ele nega que tenha batido na criança, disse que caiu de uma escada de dois degraus com a menina no colo?, afirmou o delegado responsável pelas investigações, Antonio Sérgio Pereira. Para o delegado, esta versão é ?infundada?. ?Nem se ele pesasse 90 quilos teria causado tantos ferimentos na cabeça e pelo corpo todo da criança. Fica claro que ele está mentindo?. No dia do assassinato, ao ser encaminhado para a delegacia de polícia, Nascimento afirmou à imprensa que bateu na criança mas que ?não esperava matá-la, tendo perdido a cabeça?. ?Eu bati porque ela estava chorando? disse, no dia do crime. Namorado de Talita Novaes, mãe de Rayane, ele morava na mesma casa que a vítima há três meses. De acordo com as investigações, Talita Novaes não tem nenhum envolvimento com a morte da filha. ?Está descartada a participação da mãe. Ficou provado que ela estava trabalhando e não agrediu a filha naquele dia?. Segundo Pereira testemunhas contaram que Rayane era um empecilho para o casal. ?Segundo depoimentos a criança era um estorvo para o casal. Eles deixavam a menina sozinha em casa?. O inquérito foi concluído ontem, data em que foi pedida à Justiça a prisão preventiva de Nascimento, que está no Centro de Detenção Provisória, em uma cela isolada dos outros presos.

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