A safra de cana-de-açúcar e laranja deste ano deverá injetar entre R$ 290 milhões e R$ 320 milhões na economia da região de Ribeirão Preto. A estimativa é do assessor técnico do Instituto de Economia da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto, Antonio Vicente Golfeto. "A agroindústria tem mais força que a indústria de transformação, que enfrentou problemas com a crise energética", explica Golfeto. Segundo ele, ao contrário do biênio 1998 e 1999 os anos de 2000 e 2001 estão sendo melhores para a região do que para o País. Força do agronegócios- "Vivemos uma crise complicada, por causa dos problemas econômicos da Argentina, da crise energética e de outros fatores que afetam desde os Estados Unidos até o Japão, mas a vantagem de Ribeirão Preto é a força do agronegócio na região", comenta o presidente do Grupo Santa Emília, de revenda de veículos Volkswagen, Seat e Audi, Rui Flávio Guião. "Estamos em situação melhor que em outros lugares, mas não num mar de rosas." Para Guião, os últimos meses do ano devem recuperar a perda do início do ano. A Santa Emília vende entre 180 e 200 carros por mês, mas a atuação é basicamente em Ribeirão Preto. A área de abrangência da Audi, de importados, no entanto, é maior, estendendo-se à região - a expectativa é de crescer entre 10% e 15% com a chegada do novo tipo A4 do exterior nos próximos meses. "As vendas da marca Audi são 40% em Ribeirão e 60% na região", diz Guião. Ele espera fechar o faturamento do grupo neste ano pouco superior a 2000: cerca de R$ 80 milhões ante R$ 77 milhões do ano passado. "Se o setor sucroalcooleiro e a laranja não melhorassem, não chegaríamos a isso", acrescenta ele. A Luwasa, revenda da Ford, quer ter faturamento igual a 2000: R$ 30 milhões. "Ribeirão Preto é privilegiada nesse ambiente de crise", diz o diretor da Independence, do grupo Luwasa, Eduardo Wadhy Rebehy. Sua declaração justifica-se, pois o grupo inaugurará a Independende, revendedora da francesa Citroën, nesta quinta-feira. Rebehy espera faturar cerca de R$ 1,8 milhão com os importados até dezembro, entre carros novos e usados. O comércio varejista também é beneficiado com o dinheiro da safra, mas, por causa da complexidade do levantamento que teriam de fazer, duas lojas importantes, com atuação em várias cidades do País, não quiseram se manifestar. Empregos - A criação de empregos na região é outro detalhe complicado. Não existem dados precisos. O posto de atendimento do Sistema Nacional de Emprego (Sine) não registrou contratações na agricultura em Ribeirão Preto, mas o de Guariba, forte no setor canavieiro, obteve 2.528 admissões no primeiro semestre na agropecuária, com 1.622 ainda no mercado. Porém, não tem atualização dos dados.