A partir de junho será testado em Ribeirão Preto, a 310 quilômetros de São Paulo, a eficiência de um novo larvicida, o Diflubezuron, no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. O produto foi testado em laboratório pelo Ministério da Saúde. O levantamento em Ribeirão vai até dezembro, coordenada pelo ministério. Ribeirão Preto será uma das primeiras cidades do País a usar o produto, em 22 mil domicílios, na Vila Virgínia, com a atuação de 22 agentes do Controle de Vetores. A outra cidade a testar o produto é Montes Claros (MG). Em Santos, no Litoral Sul de São Paulo, existe outro teste do larvicida, mas coordenado pela Superintendência do Controle de Endemias (Sucen). Ribeirão vive a sua terceira epidemia de dengue, com 1.735 casos neste ano. Nove são hemorrágicos, um com morte. "Vamos testar esse novo larvicida como opção, o que não significa que ele será utilizado na cidade, pois o Temofos é usado aqui há quatro anos e ainda é altamente eficaz", diz o diretor do Departamento de Vigilância em Saúde do município, Clésio Sousa Soares. O Temofos, segundo Soares, não tem mais eficácia em cerca de 230 cidades brasileiras, onde já criou resistências. "O larvicida é como antibiótico." Segundo Soares, o larvicida Diflubezuron, que é brasileiro, atua inibindo a síntese de quitina (que dá origem à formação da casquinha do mosquito) e deve ser aplicado diretamente na água empoçada, mas não em recipientes e água potável. O novo larvicida não oferece riscos às pessoas e, segundo Soares, Ribeirão Preto foi escolhida para o teste devido ao seu clima quente, com pequeno inverno, e também pela densidade populacional. A metodologia da pesquisa ainda é desconhecida por funcionários da Saúde de Ribeirão, que deverão intensificar os trabalhos de combate ao Aedes aegypti no inverno. "Agora é que não poderemos baixar a guarda, mas trabalhar forte para chegar sem criadouros em outubro, quando recomeçarão as chuvas", comentou Soares. Ainda existem 3.380 casos suspeitos de dengue em Ribeirão, aguardando os resultados de exames laboratoriais.