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Ribeirão Preto vive clima de deserto

Por Agencia Estado
Atualização:

A baixa umidade do ar registrada em Ribeirão Preto - de 7%, ontem - pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de Cachoeira Paulista, fez com que o prefeito Gilberto Maggioni (PMN) tomasse algumas providências. Ele assinou um decreto determinando a suspensão, até o final de semana, de todas as aulas de educação física na rede municipal (além de orientar as redes particular e estadual para que façam o mesmo), a suspensão dos trabalhos braçais a partir das 11h30 e algumas medidas para evitar o desperdício de água na cidade. Na região, a estiagem também começa a preocupar. A umidade do ar abaixo de 12% é considerada estado de emergência. Segundo o Inpe, a média do deserto do Saara, na África, é de 6%. Ainda hoje, o Inpe registrava 9% de umidade do ar em Ribeirão Preto, com temperatura de 36 graus - na véspera a temperatura chegou aos 38 graus. Ou seja, o clima é de deserto. Por isso, Maggioni também determinou a redução imediata de 10% do consumo de água de todos os órgãos da administração direta e indireta. Assim, serão racionalizadas as lavagens de veículos oficiais e de prédios públicos e serão interrompidos os funcionamentos de chafarizes nas praças. As exceções previstas são as unidades básicas e distritais de saúde. A intenção da prefeitura é garantir o abastecimento de água, que fica comprometido em função do aumento excessivo do consumo durante o período de estiagem. Outra providência é que os órgãos municipais façam programas educativos e de orientação à população para evitar o desperdício de água. Não há previsão de que a umidade do ar seja alterada nos próximos dias. Em alguns bairros começa a faltar água em determinados períodos do dia. Em Franca, parte da população já foi afetada pela falta de água. Em outras cidades já existem racionamentos parciais de água: Caconde, Pedregulho, Brotas, Casa Branca, Descalvado, Ibaté e Ribeirão Bonito. Em Cajuru, a Mata da Graciosa foi atingida por um incêndio desde sábado. Os bombeiros de Ribeirão Preto, avisados somente na segunda-feira, auxiliados por funcionários da prefeitura local e de usinas da região, começaram a combater o incêndio ontem. Até um helicóptero, com capacidade para carregar 500 litros de água, está sendo usado na operação. Uma das últimas áreas de mata atlântica da região, a Mata da Graciosa recebe animais silvestres (lobo-guará, macaco-prego, onça, entre outros) de outros locais. A mata é fechada e dificulta o acesso dos bombeiros. "Existem vários focos de incêndio e a área é extensa", diz o major Ênio Antonio de Moraes, subcomandanete do 9º Grupoamento dos Bombeiros de Ribeirão Preto. Segundo ele, entre 100 e 200 hectares (100 a 200 campos de futebol) foram queimados, de um total de aproximadamente 3 mil hectares da mata. Aproximadamente 100 homens (30 bombeiros) continuam o combate ao incêndio, que deverá durar ainda alguns dias. Existe o indício de que o fogo possa ter sido provocado por fagulhas da queima de um canavial vizinho, que fica a cerca de cinco metros da mata. A Polícia Florestal e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), de Ribeirão Preto, devem investigar as causas e aplicar multas aos responsáveis, se for o caso.

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