Rio ainda não contratou agentes sanitários

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio ainda não contratou os cerca de mil agentes sanitários que seriam necessários para regularizar o trabalho de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e evitar nova epidemia. O reforço foi uma exigência da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão do Ministério da Saúde que enviou para o Rio cerca de mil mata-mosquitos no verão para barrar a epidemia. Para visitar periodicamente os 2,7 milhões de domicílios a Funasa afirma que o Rio precisa de cerca 3.600 agentes, mas conta com pouco mais de 2.600. Preocupado com a situação, o órgão enviou dois ofícios cobrando a contratação dos mata-mosquitos. Até agora nada foi feito. As cartas foram enviadas em abril e maio, logo depois do fim da força-tarefa. A operação, que mobilizou mais de 2 mil homens entre agentes da Secretaria, da Funasa e militares, conseguiu interromper a epidemia. Entre janeiro e março deste ano, o RJ teve 225 mil casos da doença, com 61 mortes, 48% do total registrado no Brasil. "A secretaria não fez a reposição necessária para que o trabalho de campo seja feito adequadamente. Se isso continuar assim, o resultado será uma nova e ainda mais dramática epidemia no ano que vem", disse Mauro Costa, presidente da Funasa. "Se as autoridades não tiverem consciência de que ou se tenta acabar com o Aedes aegypti ou a doença volta, vamos ver o problema ressurgir", completou. A Secretaria Municipal de Saúde informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o município já enviou um projeto de lei para a Câmara Municipal pedindo a contratação de 3.700 agentes. A criação de uma lei é necessária, diz a Secretaria, porque os atuais 2.600 funcionários que atuam como mata-mosquitos têm contratos temporários. Com a lei, a Secretaria conseguiria acabar com o déficit e ainda ter agentes com contratos permanentes. O problema é que esse processo de aprovação da lei e contratação dos agentes pode levar pelo menos três meses. Febre amarela O presidente da Funasa afastou a hipótese do surgimento de epidemias de febre amarela urbana no Brasil. Segundo ele, é muito difícil que o vírus que hoje só circula em regiões de matas se espalhe para as cidades. Essa possibilidade tem sido levantada por especialistas e professores segundo o quais a grande infestação do Aedes aegypti, que também transmite o vírus da febre amarela (amarílico), pode ajudar facilitar a reurbanização da doença. Segundo Costa, o risco é mínimo porque a Funasa tem agido rapidamente e com eficiência sempre que há casos na periferia das cidades. A prova disso, segundo ele, é que o número de casos está caindo. Em 2001, foram 41 vítimas. Este ano cinco casos. "É um alarme desnecessário porque não existe possibilidade de ocorrer uma epidemia de febre amarela em centros urbanos."

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