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Rio decreta emergência em 26 cidades pela chuva

Decreto garantirá agilidade no repasse de recursos federais para as prefeituras

Por Agencia Estado
Atualização:

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), decretou estado de emergência em 26 municípios das regiões Serrana, Norte e Noroeste. O decreto garantirá agilidade no repasse de recursos federais para as prefeituras atingidas pela chuva que começou na virada do ano. Nesta terça-feira, subiu para 31 o número de mortos no Estado. O corpo de José Severino de Souza, de 51 anos, foi encontrado na Rua José de Alecar, centro de Sumidouro. Souza morreu soterrado, após deslizamento na quinta-feira passada. Os vizinhos comunicaram seu desaparecimento aos bombeiros. Nova Friburgo está entre as cidades mais atingidas. Os bairros de São Geraldo, Córrego Dantas e parte de Jardim Califórnia permanecem sem luz desde domingo. O câmpus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro continua fechado. "A estrada que dá acesso ao câmpus ruiu e terá de ser refeita. A prefeitura tem 1.800 homens trabalhando para recuperar a cidade", afirmou o coordenador de Defesa Civil do Município, coronel Sérgio Marrafa. Nesta terça, novo deslizamento provocou mais uma interdição parcial na Rodovia Washignton Luiz, próximo ao quilômetro 68 (Petrópolis, na Região Serrana). Outro trecho, em Pedro do Rio, também está em meia-pista por causa de um deslizamento na sexta-feira. Desabrigados em Campos Apesar de ter voltado a chover na tarde desta terça em Campos, no Norte Fluminense, o número de desabrigados e desalojados em decorrência dos temporais da semana passada, estimado em torno de seis mil, está caindo. Na Escola José do Patrocínio, o maior abrigo, onde até anteontem estavam cerca de 700 pessoas, mais de cem já voltaram para suas casas. Elas agora têm de limpar os imóveis, muitos com bichos mortos arrastados pelas chuvas e espalhados pelo chão, e desinfetar os cômodos - o cheiro de mofo é insuportável, segundo relatam. Segundo a prefeitura, as pessoas estão deixando os abrigos montados na maior parte da cidade (muitos temem que as casas abandonadas sejam saqueadas; a Defesa Civil prometeu que irá enviar a PM para protegê-las). Até as 18 horas, o novo número de desabrigados e desalojados não havia sido fechado. Em algumas localidades, como no distrito de Ururaí, a situação ainda é crítica. "Na parte alta da cidade, continuou chovendo esses dias, e a água fez o rio Ururaí encher demais. Agora, é preciso esperar a água ser escoada para o mar naturalmente. Infelizmente, não há o que possamos fazer", disse o subsecretário municipal de Meio Ambiente e Defesa Civil, Henrique Oliveira. O comerciante Francismar dos Santos Coutinho, de 30 anos, deu entrevista ao Estado com a água no joelho. "Essa região é muito baixa. Estou pensando em construir um segundo andar na casa, para que, na próxima chuva, consiga salvar meus móveis e eletrodomésticos. Só assim mesmo." Dono de uma fazenda no município vizinho de São João da Barra,Antonio Carlos Aguiar Junior contou que, no fim de semana, teve de retirar, às pressas, 200 cabeças de boi, 150 de carneiros e 30 cavalos. "Em seis horas, a água atingiu 30 metros. Um dique arrebentou e veio tudo de uma vez. Parecia um tsunami."

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