Rio deve receber penitenciária de segurança máxima

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Por Agencia Estado
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O Estado do Rio deverá receber uma das cinco penitenciárias de segurança máxima que o governo federal pretende começar a construir este ano para criminosos de "altíssima periculosidade", como o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira Mar, informou hoje o secretário nacional de Justiça, João Benedicto de Azevedo Marques. Durante visita ao Complexo Penitenciário de Bangu para dar início à construção da primeira Casa de Custódia Federal, ele defendeu a "desconcentração de Bangu a longo prazo". Marques admitiu que é muito difícil controlar as 15 unidades do complexo, que abrigam 11 mil dos 18 mil presos do Estado, e recebem 30 mil pessoas num fim de semana de visitas. O secretário nacional afirmou que já estão prontos os projetos arquitetônico e executivo das cinco penitenciárias, destinadas às "lideranças negativas do sistema, ligadas ao crime organizado". Cada unidade poderá abrigar 176 presos (16 vagas são para mulheres), com celas individuais, travamento automático das portas, circuito interno de vídeo, salas de audiência internas para juízes e advogados, detector de metais e aparelhos de raios. As visitas serão restritas nessas penitenciárias, por razões de segurança. Haverá ainda oito pátios externos, em vez de quatro, para evitar o contato entre os presos, e bibliotecas - única opção de lazer. "O projeto está pronto e será oferecido para a governadora Benedita da Silva (PT). São Paulo não tem necessidade porque já tem duas unidades com essas características, Presidente Bernardes e Taubaté. Agora, o Rio, por razões óbvias, precisa de uma prisão desse tipo", declarou o secretário. Até o local para a construção já está previamente escolhido: Santa Cruz, na zona oeste da cidade, ou Campos, no norte do Estado. O prazo para a conclusão das unidades é de 12 meses. Após a assinatura dos convênios, os presídios terão de ser licitados - ainda não há custo estimado. Na prática, só ficarão prontos no segundo semestre de 2003. A verba será repassada para os Estados do Fundo Penitenciário Nacional. O Ministério da Justiça deverá divulgar os custos em até 30 dias. "Adorei (a proposta). A concentração de presos é perigosa e insalubre", disse o secretário de Justiça do Estado, Paulo Saboya. A Casa de Custódia, que teve sua pedra fundamental lançada hoje pelo secretário em Bangu, será destinada a presos provisórios da Polícia Federal e da Justiça Federal. Marques disse ser contra a construção de novas unidades em Bangu - o convênio para a Casa de Custódia fora assinado em dezembro de 2001, antes de ele assumir o cargo. A obra custará 5,2 milhões. Terá 336 vagas. Celular O secretário nacional também assinou a liberação emergencial de R$ 185 mil para a instalação de bloqueadores de celulares em Bangu 1. Atualmente, equipamento semelhante funciona apenas na penitenciária Presidente Bernardes, em São Paulo. Está em processo de instalação em três unidades prisionais de Minas Gerais. Há ainda concorrência para a instalação em 22 penitenciárias estaduais em São Paulo.

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