A Prefeitura do Rio gasta quase R$ 1 milhão por ano com manutenção e reparo dos monumentos e espaços públicos. A estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade, no calçadão de Copacabana, se tornou símbolo da difícil tarefa de proteger o mobiliário urbano: sete óculos foram arrancados e apenas dois recuperados. Em agosto do ano passado, a estátua Drummond no Calçadão foi adotada pela Essilor, uma fabricante de lentes para óculos, que gasta R$ 3 mil em reparos toda vez que o monumento é atacado. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente informou que a empresa instalará até junho uma câmera para vigiá-la. Em contrapartida, a empresa poderá fazer publicidade na estátua a partir do próximo mês. A parceria é possível graças ao Programa de Adoção de Espaços Públicos, existente há 21 anos. A adesão é baixa. Apenas 191 dos quase 3 mil monumentos e áreas verdes estão patrocinados. O vandalismo contrasta com o carinho que turistas e cariocas demonstram pela estátua, inaugurada em 2002. O monumento se tornou ponto de parada obrigatória para fotos. O charme do poeta em bronze, sentado no concreto revestido por granito, pode estar no oceano, como cenário, ou no verso "no mar estava escrita uma cidade", grafado no banco.