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Rio inicia implantação de coleta seletiva de lixo

Por Agencia Estado
Atualização:

A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) começa a implantar a coleta seletiva do lixo, que separa os resíduos orgânicos dos recicláveis (papel, plástico, latas, fios e vidro). A experiência, iniciada há dois meses nos bairros em torno da Lagoa Rodrigo de Freitas (parte de Copacabana e de Botafogo, Leblon, Ipanema e Jargim Botânico), deve atingir, até o fim do ano, toda a zona sul, que produz cerca de 3.500 mil toneladas de lixo por dia. Em três anos, espera estender o sistema por toda a cidade, o que significará uma economia de 20% nos custos do transporte do lixo e aumento da capacidade dos aterros sanitários e a geração de mais de 3.000 empregos. O diretor técnico da empresa, José Guimarães Bullus, considera a experiência um sucesso, mas reconhece que necessita de reparos, pois a população não está acostumada a separar os resíduos corretamente. "O lixo reciclado é uma mercadoria e, quanto menos matéria orgânica tiver, maior o valor. Lavar uma garrafa ou uma lata antes de colocá-las no lixo facilita a separação e aumenta o preço de revenda", explica Bullus. "A seleção do material será feita por pessoas contratadas pelas associações de bairro, que arcarão com as despesas trabalhistas." Por enquanto, o lixo reciclável sofre uma compactação leve no caminhão de coleta e vai para um centro de separação em Botafogo, na zona sul, onde é agrupado por tipo de material. Por enquanto, garis fazem essa classificação, mas até o fim do semestre, serão contratadas pessoas da comunidade. Seu salário ainda está em estudos, mas ficará acima do mínimo para a atividade (R$ 280,00), mais benefícios trabalhistas. "Vamos instalar dez centros pela cidade", adianta Bullus. "O próximo deve ser na Ilha do Governador ou na Penha (zona norte), onde há muita mão de obra para esse tipo de serviço." Bullus explicou que a área próxima à Lagoa foi escolhida por ser a de maior poder aquisitivo e nível cultural da cidade e pela diversidade de sua população, que está concentrada num espaço pequeno. Ele lembrou que o investimento inicial é alto, cerca de R$ 200 mil para a implantação do centro de separação de Botafogo e R$ 50 mil mensais para sua manutenção, mas esses valores são menor que a renda obtida com a venda do lixo reciclado. O gerente de Coleta Especial da Comlurb, Maurício Gimarães, acrescenta que a questão ecológica também é importante. "Hoje, o lixo é levado do local da coleta para um depósito no Caju (na zona norte) e de lá para o aterro sanitário de Duque de Caxias (na Baixada Fluminense). Se separamos o material reciclado, que representa 20%, já temos aí uma grande economia no transporte", contabiliza. "O aterro demora mais tempo para saturar, pela quantidade menor de resíduos e por sua qualidade, que entra em decomposição mais rápido por não haver material inorgânico."

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