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Rio: Secretário de Esportes admite acareação

Chiquinho da Mangueira disse hoje que aceita submeter-se a uma acareação com oficial da PM que o acusa de pedir para afrouxar o combate ao tráfico

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário estadual de Esportes do Rio de Janeiro, Francisco de Carvalho, o Chiquinho da Mangueira, disse hoje que está disposto a se submeter a uma acareação com o coronel Erir Ribeiro da Costa Filho, ex-comandante do batalhão da PM de São Cristóvão, que o acusou de conivência com traficantes. O oficial presta depoimento amanhã à Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e já declarou que vai confirmar o que escreveu no comunicado entregue a seus superiores em fevereiro: que o secretário lhe pediu para afrouxar o combate ao tráfico na Mangueira por estar sendo pressionado por criminosos. Chiquinho, que prestou depoimento na semana passada, espontaneamente, mantém sua versão. Alega que só pediu que as operações policiais não fossem realizadas nos horários de entrada e saída de jovens da escola, solicitação que já havia sido feita a outros comandantes que passaram pelo batalhão. "Se for o caso, eu aceito uma acareação. Não teria problema", disse Chiquinho. Ele disse que, esta semana, vai enviar ofício ao secretário de Segurança do RJ, Anthony Garotinho, com cópia para o comandante da PM, coronel Renato Hottz, pedindo que os policiais evitem operações que possam resultar em tiroteios no horário escolar em todos os lugares onde há projetos sociais implantados por ele. "Se for necessário, vou falar com todos os comandantes de batalhão para pedir isso", afirmou. Além do secretário, já prestaram depoimento três ex-comandantes do batalhão de São Cristóvão e o delegado da área, que endossaram o que ele contou. O delegado Paulo Passos quer ouvir ainda o depoimento do major Roberto Alves Lima, ex-subcomandante do batalhão, que afirmou em entrevistas que o tenente-coronel está dizendo a verdade. O caso veio à tona somente na semana passada, mas, três meses antes, Costa Filho havia informado em documento reservado que Chiquinho, que tem projetos sociais na Mangueira, solicitara que a PM desse uma "trégua" para os traficantes da favela porque eles não estavam "vendendo nada" por conta da repressão policial. Por decisão do secretário de Segurança, o tenente-coronel foi exonerado do comando do batalhão da PM responsável pelo policiamento na Mangueira. Em seu discurso de despedida, na terça-feira passada, ele disse que estava saindo por pressões políticas, insinuando que Chiquinho pedira sua exoneração a Garotinho.

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