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Rio tem maior número de focos de incêndio em 12 anos

Somente nesse mês, foram registrados 1.580 focos. Sete mil desde o início do ano

Por Agencia Estado
Atualização:

O número de focos de incêndios florestais no Rio de Janeiro é o maior em 12 anos, desde que o Corpo de Bombeiros passou a contabilizar as chamadas para áreas de vegetação. Somente nesse mês, foram registrados 1.580 focos. Sete mil desde o início do ano. No ano passado, houve 5.230 incêndios em florestas. "Esse mês de julho é o pior da história para as florestas. Chegamos a superar setembro de 2002, que tinha o pior índice de incêndios em vegetação, com 1.500 focos", afirmou o tenente-coronel Wanius Amorim, comandante do grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente. Nesta sexta-feira, 28, o Corpo de Bombeiros precisou mobilizar 3 mil homens para apagar focos de incêndio em vegetação em pelo menos 86 pontos do Estado. A situação mais preocupante era no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, onde havia fogo em três pontos diferentes no entorno da área de conservação. As chamas destruíram cerca de 70 hectares, o equivalente a 70 campos de futebol. Somente ali, 200 bombeiros trabalharam durante todo o dia. Um avião lançou 46.500 litros d´água sobre os focos, para ajudar a conter o fogo, mas o incêndio ainda não foi controlado. Outro ponto de preocupação era o Parque Estadual da Pedra Branca. Desde o início do ano, o maior parque em área urbana do mundo foi atingido por oito focos de incêndio. Cinco surgiram somente essa semana. Nesta sexta, os bombeiros lutavam para controlar dois deles. "Estamos num momento climático muito atípico. A umidade do ar está abaixo de 20%, o que é uma condição inédita no Rio de Janeiro. Apesar disso, a causa do fogo não é natural. Não há raios, nada disso. É apenas a ação humana. São fazendeiros que usam o fogo como técnica de manejo do solo e aqueles que soltam balões que fizeram desse o pior mês da história para as florestas.", afirmou o tenente-coronel Wanius. O Rio de Janeiro tem enfrentado período longo de estiagem. De acordo com o meteorologista Almerino Marinho, apenas no dia 11 de julho choveu em pequena quantidade na capital. Há 29 dias não há chuvas significativas no Estado. A falta de chuvas é provocada por um bloqueio atmosférico. Uma massa de ar quente e seca ficou estacionada sobre a região centro-sul do País, impediu a entrada de frentes frias. A previsão para o fim de semana é de que uma frente fria vinda do Oceano Atlântico chegue ao Rio entre a noite de sábado e a manhã de domingo. A temperatura, que na sexta chegou a 35 graus, deve cair cerca de 10 graus.

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