Risco de enchente deixa 400 pessoas desabrigadas no DF

Famílias são tranferidas para abrigo; governador decreta estado de emergência na região da Fercal

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Por Solange Spigliatti
Atualização:

A Defesa Civil do Distrito Federal determinou que 400 pessoas que vivem na região da Fercal, em Sobradinho II, cidade a 25km de Brasília, abandonem suas casas instaladas em locais sujeitos a desabamentos e enchentes. As famílias estão sendo removidas desde a última sexta-feira, 25, segundo informações do jornal Bom Dia DF, da TV Globo.   A residência de Elaine Santana é uma das que estão ameaçadas pela chuva. Na última tempestade, a enxurrada tomou conta de tudo. "Eu levei um susto muito grande porque aqui é alto e eu não sabia o que estava acontecendo. Fiquei nervosa demais vendo aquilo", relata.   Quem não for para os abrigos receberá dois meses de aluguel do governo até construir uma nova casa. O governador José Roberto Arruda (DEM) decretou situação de emergência no local. Para evitar novos desastres, deverão ser tomadas medidas imediatas, como fornecimento de abrigo e remédios, além da reconstrução das moradias.   Durante o final de semana, pelo menos 45 famílias já foram cadastradas pela Administração da Fercal e concordaram em deixar a área de risco em troca de lotes doados pelo governo.   A medida, no entanto, encontra resistência entre moradores. "A minha vida toda está aqui: trabalho, filhos, estudos, tudo. Não dá para virar a vida de cabeça para baixo de repente", justifica a diarista Nalva Rodrigues.   O governo quer transferir as famílias para Samambaia, cidade próxima a Brasília, e já destinou 80 lotes para essa finalidade.   Outras famílias   Outras famílias, que também já foram vítimas de enchente, pedem lote para morar. Há dois anos, quando a água invadiu a Rua da Boa Esperança, os moradores tiveram que abandonar as casas. Na época, receberam a promessa de ganhar um lote, mas ainda pagam aluguel e esperam ajuda do governo.   "Hoje eu pago R$ 50 de aluguel com o dinheiro que o governo dá. Não ganhei lote nenhum. É só promessa, mas nada sai", reclama a dona-de-casa Maria dos Reis.

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