Ritmo de crescimento da população diminui, mostrará censo

A constatação feita pelo censo vai exigir dos governantes a adoção de novas políticas

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Por Redação
Atualização:

Com duas semanas de coleta de dados para o censo em todo país e quase 10 milhões de domicílios visitados, o IBGE vem registrando uma diminuição no ritmo de crescimento da população brasileira e no número de moradores nas residências do País, informou nesta segunda-feira o presidente do órgão, Eduardo Nunes.

 

 

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Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a avaliação feita até agora em 9,6 milhões de domicílios de um total de 59 milhões que serão recenseados em todo país até 31 de outubro, é que o padrão familiar brasileiro está mudando.

 

"Já deu para perceber isso e não vou precisar chegar a 31 de outubro para dizer que o número médio de moradores por domicílio já está diminuindo. Na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) visita-se 150 mil casas e em duas semanas já fizemos 60 Pnads", disse o presidente do IBGE, Eduardo Nunes.

 

"Está dando em torno de 3,2 moradores por domicílio. Em 2000, data do último censo estava perto de 4", acrescentou.

 

Nunes afirmou que a constatação feita pelo censo vai exigir dos governantes a adoção de novas políticas sociais no Brasil nos próximos anos.

 

"Temos um envelhecimento, um crescimento quase vegetativo da população e, principalmente, uma mudança nos arranjos familiares", afirmou.

 

Segundo Nunes, há muitos domicílios com pessoas morando sozinhas, que não são obrigatoriamente idosas. "E há em muitos domicílios apenas uma pessoas como chefe de família, sendo que em muitos casos a mulher é a referência da casa. As famílias estão mudando", disse Nunes, lembrando que o envelhecimento tem impactos nas políticas educacional, de saúde e previdenciária.

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Em novembro, as informações do Censo serão encaminhadas ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que seja feito o cálculo para o repasse de recursos federais para as 5.565 cidades brasileiras que recebem dinheiro de fundos especiais e de ministérios.

 

O ritmo do levantamento de dados para o Censo do IBGE, segundo Nunes, está acima das expectativas, após 2 semanas de trabalho. A cobertura de domicílios está na média nacional em 16,5%, superando a meta de 9,1% fixada para o período.

Roraima é o Estado mais adiantado, com 28,2%, e o Rio Grande do Sul, o mais atrasado com apenas 8,2%, de acordo com o IBGE.

 

São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, e Santa Catarina estão acima da média para 2 semanas, mas enfrentaram atraso no começo dos trabalhos devido a problemas no fornecimento de coletes de identificação dos recenseadores.

 

Desde 1o de agosto, cerca de 191 mil recenseadores estão fazendo a coleta de informações para o 12o Censo Demográfico do Brasil e o primeiro totalmente informatizado. Pela primeira vez, o questionário pode ser respondido pela internet.     

 

De acordo com o IBGE, no entanto, apenas 1.800 domicílios visitados optaram por responder ao questionário pela internet.

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