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Rodízio em São Paulo ainda deixa dúvidas

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de quase seis anos em vigor, o rodízio ainda deixa dúvidas. Os horários de restrição, que voltaram a valer nesta segunda-feira, até que não são problema para a maioria dos motoristas. Os dias de proibição - definidos pela placa do veículo - também são fáceis de ser lembrados. Mas entender o centro expandido, área onde os veículos não podem circular, é uma complicação. Algumas vezes por não saber das regras e outras por simplesmente não conseguir se localizar na cidade. "Aqui não posso dirigir", disse nesta segunda-feira, com certo ar de dúvida sobre a própria afirmação, a gerente de produto Heloísa Salgado, de 33 anos. Parada diante da Avenida Luís Carlos Berrini, olhava para um lado e para o outro em busca de uma resposta para poder dirigir ali sem restrição nenhuma, mas não encontrava. "Na minha cabeça, era proibido em toda a área das Marginais." Mas não é. Nem toda a extensão das Marginais do Tietê e do Pinheiros está incluída na área de restrição. Na Tietê, a Ponte do Tatuapé é o limite do rodízio. Além dali, em direção à Rodovia Ayrton Senna, não há limitação nenhuma. Na Pinheiros, passada a altura da Avenida dos Bandeirantes para quem segue em direção ao Morumbi, é o mesmo: não há rodízio, nunca. Isso porque, ao criar a restrição, os técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) chegaram à conclusão de que não era preciso proibir a circulação em toda a cidade e nem durante todo o dia. Eles traçaram o perímetro dentro do qual estão os principais pontos de partida e chegada da maioria das viagens e por onde quase todos passam para cruzar a cidade. Dentro dessa lógica, limitaram o rodízio à área compreendida pelas Marginais do Tietê e do Pinheiros, Avenidas dos Bandeirantes e Affonso Taunay, Túnel Maria Maluf e Avenidas Tancredo Neves, das Juntas Provisórias, Luís Inácio de Anhaia Melo e Salim Farah Maluf. Nessas vias limítrofes, apenas os caminhões podem circular durante o período de proibição. Períodos que também foram determinados para aliviar o trânsito nos horários mais críticos: das 7 às 10 horas e das 17 às 20 horas. Esquecer, como fez nesta segunda-feira o analista de sistemas Renato Lazzari, de 44 anos, custa R$ 85,13 ao bolso e 4 pontos ao prontuário do motorista. "Devo ter levado alguma multa porque peguei a Marginal mais cedo." Sua placa é final 2 e nesta segunda ele não poderia dirigir. Não na Marginal do Pinheiros perto da Ponte Eusébio Matoso. "Não sei se aqui tomo multa", disse, também em dúvida, na Berrini. Mas bastou um momento para se localizar. "A Bandeirantes é para lá - estende o braço e aponta - aqui posso." Ele, como a contato publicitária Silvia Furgler, de 37 anos, passa boa parte do dia na rua, no trânsito, nas visitas a um ou outro cliente. Silvia não tem dúvida nenhuma. Quase nenhuma. "Uma dúvida que sempre tenho é se a proibição é na Bandeirantes toda." A restrição vale até a esquina com a Avenida Affonso Taunay. O rodízio, que começou durando o dia todo para combater a poluição, chegou para ficar. E já se fala em aumentar o número de placas com restrição de circulação num certo dia.

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